Nacional

‘Difícil se manter integralmente’, diz Pacheco sobre texto da reforma tributária

O presidente do Senado, Rodrigo (PSD-MG) Pacheco, afirmou que o texto da reforma tributária deve sofrer alterações durante a apreciação dos senadores. "Acho muito difícil se manter integralmente", disse Pacheco durante um evento em São Paulo na sexta-feira (18). Segundo o plano de trabalho aprovado pela Comissão de Constituição de Justiça, o texto deve ser votado na primeira semana de outubro.

"A previsão do relator [senador Eduardo Braga (MDB-AM)], que é bem plausível, cumprindo todas as fases de audiências públicas, ouvindo todos os setores […], os estados da Federação e o Distrito Federal, a nossa meta apreciação pelo Senado Federal é no início de outubro", completou.

O presidente do Senado participou de uma discussão sobre o texto promovida pela Insper, uma instituição de ensino superior.

Rodrigo Pacheco também ressaltou que existe um ambiente entre os senadores que reconhece a "necessidade da reforma".

"Evidentemente o Senado tem suas contribuições e aprimoramentos. Eu acho que a própria Câmara dos Deputados reconhece que algumas coisas foram inseridas –  especialmente naquele último momento – para que, no Senado, pudesse ter algum tipo de alteração."

Tramitação no Senado
O texto da PEC foi aprovado na madrugada do dia 7 de julho pelos deputados federais depois de mais de 12 horas de discussão. O relator da proposta no Senado é Eduardo Braga (MDB-AM), que também admite que o texto sofrerá mudanças.

Braga pretende realizar sete audiências em comissão do Senado para ouvir diversos setores – como indústria, comércio e agronegócio. "Esperamos fazer as nossas audiências públicas, divididas por setores — produtivos, representativos e federativos —, para até o mês de outubro levar ao plenário do Senado."

Entre as premissas que vão embasar o parecer, o relator adiantou que não admitirá aumento de tributos e, portanto, vai perseguir a neutralidade da taxação. "O brasileiro não aguenta pagar mais impostos. Há que se ter uma trava para não termos acréscimo de impostos em função da reforma", justificou o senador.

Pelo cronograma, o relatório deve ser apresentado em 27 de setembro para que seja votado em 4 de outubro.

A reforma
A mudança no sistema tributário do país prevê, num primeiro momento, alterações nos impostos que incidem sobre o consumo. O texto determina a substituição de cinco deles:

• PIS, Cofins e IPI (tributos federais) — por uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), gerida pela União; e

• ICMS (tributo estadual) e ISS (tributo municipal) — por um Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que será administrado por estados e municípios.

A proposta aprovada também prevê três alíquotas para o futuro Imposto sobre Valor Adicionado (IVA):

• alíquota geral;

• alíquota 50% menor para atividades como transporte público, medicamentos, produtos agropecuários in natura, serviços médicos e de educação; e

• alíquota zero para alguns medicamentos e para setores como saúde, educação, transporte público e produtos do agronegócio.

Cesta básica
A cesta básica nacional de alimentos também foi incluída na alíquota zero. De acordo com o texto, fica instituída a Cesta Básica Nacional de Alimentos, "em observância ao direito social à alimentação". A lei complementar vai definir os produtos destinados à alimentação humana que vão compor a cesta e ter alíquota zero.

Segundo a proposta, o período de transição para unificar os tributos vai durar de 2026 a 2032. A partir de 2033, os impostos atuais serão extintos. O relator do texto na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), propõe o início da transição em 2026. Nessa etapa, o IVA federal terá alíquota de 0,9%, e o IVA estadual e municipal, de 0,1%.

Exceções
A Zona Franca de Manaus e o Simples manteriam suas regras atuais. E alguns setores teriam regimes fiscais específicos: operações com bens imóveis, serviços financeiros, seguros, cooperativas, combustíveis e lubrificantes, planos de saúde.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Nacional

Comissão indeniza sete mulheres perseguidas pela ditadura

“As mulheres tiveram papel relevante na conquista democrática do país. Foram elas que constituíram os comitês femininos pela anistia, que
Nacional

Jovem do Distrito Federal representa o Brasil em reunião da ONU

Durante o encontro, os embaixadores vão trocar informações, experiências e visões sobre a situação do uso de drogas em seus