O vereador Diego Guimarães (PP) anunciou, na tarde desta quinta-feira (19), que não assumirá o cargo de presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat). Ele havia sido anunciado para a função no dia anterior, na quarta-feira (18), e chegou a participar de uma cerimônia de posse no Palácio Paiaguás.
Guimarães argumentou que desistiu de assumir o cargo após receber um parecer jurídico da Câmara Municipal de Cuiabá. O documento apontou que o parlamentar perderia o mandato no legislativo, caso assumisse a presidência do Intermat.
"Agradeço ao governador pelo convite e pela confiança, mas fico impedido de exercer a função para a qual fui convidado porque a Lei Orgânica do Município determina que é incompatível ao vereador assumir uma autarquia estadual. Caso assuma, automaticamente estaria renunciando ao meu mandato", justificou.
Guimarães havia sido convidado pelo governador Pedro Taques (PSDB), que chegou a assinar a posse do parlamentar na quarta-feira. O progressista assumiria o cargo em substituição a Cândido Teles, que ficou à frente do órgão por mais de um ano.
Nesta quinta-feira, no entanto, após receber o parecer da Câmara de Cuiabá, o parlamentar comunicou o governador que não poderia assumir a presidência do Intermat.
"Decidi recusar o convite porque não posso abrir mão do mandato para o qual fui eleito com 3.183 votos", declarou Guimarães.
Em razão de o ato de nomeação de Guimarães não ter sido publicado no Diário Oficial do Estado, ele permanece na função de vereador de Cuiabá.
Nos próximos dias, o governador Pedro Taques deve anunciar o nome do novo presidente do Intermat.
Imbróglio no PP
A escolha de Guimarães para o Intermat gerou polêmica dentro do Partido Progressista. Isso porque a legenda, que não pertence à base do tucano, não aprovou a aproximação do vereador com o chefe do Executivo Estadual.
O presidente estadual do PP, Ezequiel Fonseca, chegou a afirmar que Guimarães deveria deixar o partido caso assumisse o cargo no staff de Taques.
“Temos problemas desde o início, ele não tem ouvido a orientação do partido e vez ou outra temos problemas”, disse.
Fonseca mencionou ainda a divergência com o fato de Guimarães ser o único progressista a não compor a base de apoio ao prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), inclusive apoiando a abertura da CPI do Paletó, cujo objetivo é apurar o recebimento de suposta propina por parte do então deputado estadual.