O governo norte-coreano anunciou nos últimos dias a reativação de todas as suas instalações nucleares e ameaçou atacar bases dos EUA na região, incluindo a da Ilha de Guam, território administrado pelos americanos no Pacífico. A tensão aumentou desde a adoção de novas sanções pela ONU em fevereiro, após o terceiro teste nuclear da Coreia do Norte.
– Algumas das ações que eles tomaram nas últimas semanas representam um perigo claro e real – declarou o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, durante uma palestra em uma universidade em Washington.
Hagel afirmou que as respostas americanas têm sido responsáveis e moderadas, e que o país tem trabalhado com a China e outras nações para resolver a questão.
Pouco depois da declaração de Hagel, o Departamento de Defesa afirmou que vai enviar o sistema conhecido como Defesa Aérea Terminal de Alta Altitude (THAAD, na sigla em inglês) a Guam. O sistema inclui um lançador sobre um caminhão, interceptadores de mísseis, um radar de rastreamento AN/TPY-2 e um sistema integrado de controle de mísseis.
– Os Estados Unidos continuam vigilantes diante das provocações norte-coreanas e se mantêm prontos para defender o território dos EUA, de nossos aliados e nossos interesses nacionais – afirmou um porta-voz do Pentágono.
No entanto, a escalada – pelo menos retórica – não para. O Exército norte-coreano disse já na madrugada de quinta-feira (tarde desta quarta no Brasil) ter recebido aprovação final para lançar um “ataque sem piedade” contra os EUA, envolvendo possivelmente armas nucleares.
Numa declaração publicada pela agência estatal KCNA, o comando geral do Exército Popular Coreano disse ter informado oficialmente Washington de que as ameaças americanas seriam “esmagadas por meios nucleares de última geração”. As ameaças, porém, poderiam ser uma estratégia para negociar em uma posição melhor. “O momento da explosão se aproxima rapidamente”, diz o comunicado.
Apesar de um lançamento bem-sucedido de um foguete de longo alcance em dezembro, a maioria dos especialistas acredita que o país não teria capacidade para atingir a área continental americana, tampouco as bases de Guam ou o Havaí. Mas as bases americanas no Japão e na Coreia do Sul estariam na área de ataque.
Nesta quarta-feira, o país fechou ainda o Complexo industrial de Kaesong, administrado em conjunto com a Coreia do Sul.
Fonte: O Globo