O Primeiro de Maio comemorado em vários países para homenagear o trabalhador nasceu em 1886, em Chicago. Milhares de trabalhadores protestaram contra as condições desumanas de trabalho e da submissão de 13 horas diárias. No Brasil, a data foi consolidada em 1924, na Presidência de Artur Bernardes.
O trabalhar – exercício de uma atividade – é visto por alguns como o elemento gratificante da vida, por outros como momento de suplício. Mas o trabalho dignifica o homem? A frase de Benjamin Franklin demonstra a relevância do trabalho. Para Simone de Beauvoir, “é pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem; somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta”.
Para os povos indígenas, o trabalhar é permeado pela ludicidade. Mesmo o trabalho encontra-se associado ao ato de divertir-se. Os brinquedos são miniaturas de artefatos que homens e mulheres utilizam no trabalho. Uma menina possui brinquedos representativos do sexo feminino, porém em tamanho menor, a fim de que seja capaz de suportar seu peso, sem exigir esforço excessivo. Consigo, em expedições pelos campos, leva suspenso à cabeça um pequeno cesto-cargueiro para a guarda dos produtos coletados durante o percurso. O seu cesto-cargueiro aumentará de tamanho à medida que a menina for crescendo.
Meninos também se divertem com objetos que utilizarão no trabalho em sua vida adulta. Miniaturas de arcos e flechas são vistos nas brincadeiras, quando iniciam a prática da linha de mira em pequenos répteis, pássaros e insetos. Crianças, na companhia de seus pais, saem em expedições para apreender as trilhas, os ambientes vegetal e faunístico. A brincadeira é também uma estratégia na aquisição de saberes, especialmente para o trabalho que desempenharão quando adutos.
O brincar não consiste em um meramente fazer de conta, mas um fazer que se transformará, dia a dia, na experiência necessária à vida adulta: o trabalho. Entre os indígenas “o trabalho dignifica o homem”, certamente.