Em tempos de desordem, esforços de quaisquer natureza devem ser desprendidos para que a desesperança não sirva de vestimenta aos nossos sentimentos. Festejar o Dia do Índio parece ser uma boa oportunidade para repensar a história de contato entre não índios e nas centenas de povos indígenas que atualmente habitam o território brasileiro. Vamos comemorar o 19 de abril, ainda que as relações sociais entre índios e não índios continuem marcadas pela violência física e cultural.
A UFMT e o Ministério da Cultura, através da Secretaria de Economia Criativa, desenvolvem o projeto Territórios Criativos Indígenas: arte e sustentabilidade que faz uso e revitaliza a produção criativa dos povos indígenas e da sustentabilidade através dessas produções. O projeto envolve a participação de povos indígenas na tomada de decisões e na regulamentação de modelos econômicos sustentáveis que atendam às suas especificidades, levando em consideração o caráter comunitário e solidário tão presente nas sociedades indígenas. O projeto Territórios Criativos Indígenas: arte e sustentabilidade ainda orienta os indígenas sobre a salvaguarda dos direitos patrimoniais e autorais.
A divulgação dos resultados do projeto Territórios Criativos Indígenas foi apresentada no evento Aldeia de Vivências, no Sesc Arsenal, no Dia do Índio, quando os povos indígenas puderam comercializar uma produção de artefatos, apresentar seus ritmos e sons e socializar as experiências desenvolvidas durante o período de experiência. Os povos Chiquitano, Bakairi, Umutina, Xavante e Paresi, anfitriões dos festejos, proporcionaram aos presentes uma verdadeira festa de confraternização, quando o contato entre sociedades distintas foi desenhado com alegria e harmonia. O encerramento dos festejos da Aldeia de Vivências se deu com a apresentação da orquestra de violinos do povo Chiquitano, da aldeia Vila Nova Barbecho, um verdadeiro deleite musical.