Criado em 2009 ainda no governo Blairo Maggi, que na época o batizou de MT Pré-Vestibular, o programa tinha como objetivo suprir parte das deficiências do ensino público formal em Mato Grosso (veja matéria abaixo), oferecendo aos filhos e filhas da classe trabalhadora condições mais favoráveis de disputa com estudantes que tinham origem em famílias que podiam custear um cursinho convencional.
Dois anos depois da criação, a Fundação de Apoio a Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico de Mato Grosso (Fundetec) foi escolhida para dar continuidade ao projeto, que agora se chamava MT Preparatório, num polêmico processo que envolveu até dispensa de licitação. O cursinho pré-vestibular do governo funcionava por meio de vídeo-aulas que poderiam ser acompanhadas em escolas ou espaços físicos presentes em outros órgãos públicos de todo o Estado.
A instituição recebeu R$ 20 milhões para realizar o serviço nos anos de 2011 e 2012. Porém, as suspeitas de fraude, a obtenção de serviços em prefeituras do Estado – como Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis –, também por dispensa de licitação, e os indícios de favorecimento à Fundetec, pois um dos seus fundadores, o deputado federal Eliene Lima (PSD), era à época secretário titular da própria Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Secitec), que geria o MT Preparatório, fizeram com o que o governo rompesse com a Fundação.
Hoje o MT Preparatório está suspenso, tornando o sonho do ensino superior público gratuito uma realidade distante para jovens que são subjugados pelas faltas de oportunidades de crescimento em nossa sociedade.
Em nota, a Secitec admitiu que o MT Preparatório “não está em execução em 2014”, afirmando que há previsão de “iniciar no segundo semestre”, sem especificar uma data para a retomada das aulas. No entanto, é pouco provável que o projeto saia nos próximos meses, pois, ainda de acordo com informações da Secretaria, “nenhuma empresa está envolvida com o programa no momento, que está em fase de licitação”.