Quatro pontos de bloqueio em Mato Grosso foram desmobilizados logo nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (30), quando a greve dos caminhoneiros atinge seu décimo dia. A medida foi adotada após os manifestantes terem sofrido com a dura atuação de agentes do Exército e das polícias Militar e Rodoviária Federal, que seguiam determinação do presidente da República, Michel Temer.
Na tarde desta terça-feira (29), diversos manifestantes sofreram com gás lacrimogêneo e balas de borracha. Isso porque, conforme as informações, bloqueavam a passagem de um comboio pela BR-364 na entrada para Cuiabá, no Distrito Industrial.
Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), havia um grupo com cerca de 50 caminhões que desciam escoltados pelos agentes, mas a maioria acabou ficando pelo caminho, temendo sua segurança. Com isso, quando chegaram à Cuiabá, o número de caminhões não passava de 10. Apesar disso, aqueles que manifestavam na entrada da Capital teriam impedido a passagem do comboio.
Em uma gravação, feita pela equipe do Gazeta Digital, que esteve no ponto de concentração do Distrito Industrial, é possível ver que os caminhoneiros seguiam em manifestação pacífica quando receberam a reação pesada dos militares.
Conforme as imagens, havia diversas pessoas sentadas na rodovia, um homem balançando a bandeira do Brasil, e ainda alguns manifestantes que estavam com a mão na cabeça, em sinal de rendição. Em apoio a manifestação, que já durava pelo novo dia, o grupo gritava palavras de ordem, como “O povo unido jamais será vencido” e cantava o hino nacional quando foi surpreendido com o gás lacrimogêneo. Em seguida, é possível ouvir os tiros com bala de borracha.
Em outro vídeo, divulgado pelo site RDNews, também é possível ouvir os disparos contra os manifestantes e o susto daqueles que participavam do movimento grevista.
Forças Armadas – A intervenção das forças armadas pelo fim da greve foi autorizada pelo presidente Temer no dia 25 de maio, quando o movimento chegava ao seu quinto dia. O objetivo era justamente a desobstrução das vias públicas federais, no caso de situação de perturbação da ordem pública. Com isso, os militares estão autorizados a atuarem até o dia 4 de junho.
No mesmo decreto, Temer permitiu que os militares façam a escolta dos veículos que prestem serviços essenciais, como o caso de caminhões-tanque e transportadores de alimentos; garanta acesso aos locais de produção ou distribuição de produtos, como frigoríficos, e ainda conduzam os veículos que estiverem obstruindo as vias.
Em Mato Grosso, o governador Pedro Taques decretou estado de emergência no sábado passado (26), e permitiu que as forças de segurança do Estado trabalhassem em conjunto com as forças armadas. Os agentes estaduais também têm autorização para conduzir os veículos de transporte de produtos essenciais, caso os motoristas se recusem.
Confira os vídeos abaixo: