Cidades

Desigualdade de gênero diminui, mas índices ainda são altos

Nos últimos 10 anos, as mulheres vêm tomando cada vez mais espaço – que é de direito, na sociedade, contudo a discriminação ainda é grande. O estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que compara a evolução de gêneros nos últimos 10 anos (2004 a 2014) aponta que as mulheres são remuneradas com 74% do rendimento dos homens no último ano.

Em 10 anos, a mudança foi pequena, essa relação em 2004 era de 70%. A maior diferença foi evidenciada entre mulheres em trabalhos informais, que recebiam em média 50% do rendimento daquelas em trabalhos formais. Entre os homens na mesma condição, a relação era de quase 60%.

Na esfera pública, essa diferença salarial é proibida por lei, contudo a presidente do Conselho Estadual do Direito das Mulheres, Rosana Leite, afirma que há outros modos de discriminação no setor. “É muito difícil as mulheres alcançarem os cargos de chefia dentro do setor público. Nós somos maioria no serviço público, 54%, entretanto não conseguimos alcançar os grandes cargos, proporcionalmente, onde tem os maiores salários”, esclarece.

Em 2014 o número de mulheres com acesso ao ensino superior foi de 63,3%, enquanto que em 2004 apenas 36,4% das mulheres estavam nas universidades. Segundo a presidente, as mulheres ainda tem que provar para sociedade, família e amigos que são capazes de desempenharem determinadas funções. 

“Nós mulheres estamos estudando e nos capacitando muito mais, por que temos que provar diariamente que temos condições de exercer as mesmas funções. É óbvio, as mulheres já ocuparam todos os lugares da sociedade. Não tem um lugar que o homem entrou, que a mulher também não tenha entrado. Então, a diferença ainda existe pelo machismo.”, afirma Leite.

Quanto aos afazeres domésticos, na jornada semanal a qual as mulheres se dedicam reduziu em 1,1 horas semanais, de 22,3 horas para 21,2 horas semanais. Elas acumulam 5 horas semanais a mais na jornada total de trabalho em relação aos homens. Essa situação ocorre porque a jornada no mercado de trabalho das mulheres se manteve em 35,5 horas semanais, enquanto essa jornada para os homens passou de 44,0 para 41,6 horas semanais, sendo que eles mantiveram 10 horas semanais dedicadas aos afazeres domésticos (menos da metade da feminina). 

“A mulher sabe que se se aventurar no mundo trabalho – e tem que aventurar, porque só assim ela tem respeitabilidade da sociedade e da própria família -, ela vai enfrentar a dupla/tripla jornada que um homem não enfrenta, em regra”, analisa a presidente do conselho. 

O estudo também mostrou uma redução na desocupação feminina. As mulheres continuam sendo o segundo grupo populacional com a maior taxa de desocupação (8,7%), abaixo apenas dos jovens (16,6%). As mulheres jovens que encontram maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho, sendo que uma em cada cinco jovens está desocupada (20,8%).

Os índices são apontados pela Síntese de Indicadores Sociais (SIS), em que é analisado as condições de vida da população brasileira 2015, que sistematiza um conjunto de informações sobre a realidade social do país, analisando os temas aspectos demográficos, grupos sociodemográficos (crianças e adolescentes, jovens, idosos e famílias), educação, trabalho, distribuição de renda e domicílios.

(Com assessoria)

Cintia Borges

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