O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), determinou a soltura do comandante do 4º Batalhão da PM em Várzea Grande, tenente-coronel Januário Antônio Edwiges Batista, preso no dia 23 de junho, por suspeita de envolvimento com suposto esquema de escutas ilegais no âmbito da Polícia Militar.
A decisão, de acordo com o informado com exclusividade ao Circuito Mato Grosso, foi proferida na tarde desta sexta-feira (14).
Batista foi preso no mesmo dia que o secretário-chefe da Casa Militar afastado, coronel Evandro Alexandre Ferraz Lesco, e do adjunto, o coronel Ronelson Barros. As prisões foram decretadas pelo próprio desembargador.
Arapongagem em MT
A existência de suposta central clandestina de grampos telefônicos em Mato Grosso veio à tona no 11 de maio, quando o governo do Estado anunciou a exoneração do ex-chefe da Casa Civil Paulo Taques.
Sua saída foi anunciada como um acordo entre Paulo e seu primo, o governador Pedro Taques, para que o homem forte do Executivo deixasse o Palácio Paiaguás e cuidasse pessoalmente das investigações envolvendo a suposta “arapongagem”.
As interceptações ocorreram por meio de uma tática conhecida como “barriga de aluguel” – em que números de telefones de pessoas comuns são inseridos em pedidos judiciais de quebra de sigilo, sem qualquer relação com investigações.
O escândalo ocasionou a prisão de militares de alta patente da corporação, que são de confiança do governador Pedro Taques, a exemplo do coronel Evandro Lesco, ex-chefe da Casa Militar e do ajunto da pasta, coronel Ronelson Barros. Além disso, foram presos também o ex-comandante da PM, coronel Zaqueu Barbosa e o cabo Gerson Luiz Ferreira Golveia Junior.
Também foram presos o tenente-coronel Januário Bastista e o cabo Euclides Torezan, todos por suspeita de envolvimento na central dos grampos. As prisões foram determinadas pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), Orlando Perri.
Outros coronéis também foram presos, como o coronel Alexandre Mendes, corregedor-geral da PM, e o tenente-coronel Victor Fortes, diretor de Inteligência da PM, suspeitos de vazarem informações sobre mandados de busca e prisão contra os colegas de farda.
Os coronéis Ronelson Barros, Evandro Lesco e Zaqueu Barbosa, assim como o cabo Gerson Luiz continuam presos.
Já os coronéis Alexandre Mendes e Victor Fortes tiveram as prisões revogadas, por não haver motivos para a manutenção da prisão administrativa. O cabo Euclides Torezan também teve a prisão revogada por contribuir com as investigações.
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