Foto: Lucas Ninno
O ‘azedume’ no Partido Democrático Trabalhista (PDT), entre o presidente regional, deputado Zeca Viana e o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, despertou o interesse de outras siglas partidárias, que vislumbram as benesses de ter um homem forte em seu quadro de filiados.
Entre os que já realizaram o convite formal para a filiação do gestor estadual, saiu na frente o Partido Social Brasileiro (PSB) – que no estado tem como nomes fortes o prefeito da capital, Mauro Mendes e o deputado federal Fábio Garcia, que deve assumir o diretório regional da sigla nos próximos dias.
O namoro oficial começou no início de abril, em um almoço no Palácio Paiaguás, em Cuiabá, com os deputados e líderes socialistas. Na ocasião, Mendes declarou que o convite a Taques é o desejo nacional do partido de Eduardo Campos.
“O PSB, oficialmente, em nome da nossa executiva e em nome do nosso presidente nacional, Carlinhos Siqueira, oficializou o convite ao governador, para se caso ele venha fazer essa movimentação partidária, ele possa considerar o nosso convite”, explicou Mauro após o almoço com o governador.
Além do PSB, outra sigla que também se colocou a postos para acolher o governador, caso ele confirme sua migração, foi o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Além dos seus representantes regionais, como os deputados estaduais Wilson Santos e Guilherme Maluf, e o federal, Nilson Leitão, quem vem aliciando o gestor estadual é o ex-candidato à Presidência, senador Aécio Neves.
Neste caso, a sondagem ficou apenas no patamar de conversas, já que os tucanos declararam esperar a oficialização da saída de Taques do PDT para formalizar o convite de filiação.
Nos bastidores da política, informações dão conta de que Partido Verde (PV) e Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) também desejam ter o governador de Mato Grosso como um de seus filiados.
Na visão do cientista político João Edisom de Souza, o movimento que tornou Taques “a noiva da vez”, sendo cortejado por grandes partidos, é natural, visto que a imagem do gestor se mantém inabalada.
“O grande desejo de um partido político é ter como membro alguém com poder de nomeação. Taques representa tudo isso. É normal que outras siglas o queiram, já que ainda não há nada que o desabone como político”, afirmou João Edisom.
Partindo para a análise de qual sigla teria mais chance de conquistar o exigente governador, João Edisom classifica como mais viável a sua filiação no PSB, visto que após a morte do seu maior líder, o ex-candidato a presidente Eduardo Campos, o partido está órfão de um nome forte para marcar presença nacionalmente e até mesmo buscar uma candidatura ao Palácio do Planalto.
No caso do PSDB, Pedro Taques teria que enfrentar grupos e nomes políticos já fortalecidos, como os dos senadores Aécio Neves e José Serra, além de outros, concentrados na região Sudeste do país.
Outro ponto importante a se considerar é a atual conjuntura política, na qual a oposição ao governo petista ganha força devido aos escândalos de corrupção e ao plano econômico desastroso. Neste cenário, na visão do cientista político, PSB e PSDB ganham visibilidade, pois se firmaram em um posicionamento de combate ao governo Dilma Rousseff (PT).