Os deputados federais de Mato Grosso, Fábio Garcia e Adilton Sachetti pediram nesta terça-feira (24) desfiliação do PSB.
O partido votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff e passou a fazer oposição ao presidente Michel Temer, após as delações dos executivos da J&F. Além disso, os dois deixaram o partido por conta da intervenção da direção nacional no diretório em Mato Grosso.
Garcia era presidente da legenda no Estado e convivia bem com os cinco deputados estaduais do partido, com Sachetti e outras lideranças de expressão.
Todavia, após a direção ser destituída após o voto de Garcia favorável a reforma trabalhista, o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, reconduziu o deputado federal Valtenir Pereira (ex-PMDB) à legenda, já na condição de presidente do diretório estadual
Desde então, as principais lideranças da legenda cogitam a desfiliação em massa.
O destino provável de Sachetti e Garcia é o DEM. Ambos já discutiram com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) o ingresso na legenda.
Outros deputados federais como Danilo Forte (CE) e Tereza Cristina (MS), também pediram a desfiliação do partido.
INFIDELIDADE
Questionado nesta terça sobre a saída dos deputados, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, avaliou ao G1 que os quatro deixaram a legenda por "incompatibilidade ideológica". Ele acrescentou, porém, que não exigirá a devolução do mandato.
Pela legislação eleitoral, um político com cargo eletivo pode ser enquadrado na lei de infidelidade partidária e perder o mandato se mudar de legenda fora da chamada "janela partidária", aberta somente a seis de meses de uma eleição, com duração de um mês.
A lei, no entanto, permite a mudança de partido em algumas situações, como divergir ideologicamente da legenda.
"Acertamos os termos da desfiliação. O PSB não pedirá em hipótese alguma o mandato porque, uma vez que eles discordam da orientação da legenda, considero coerente que eles procurem outra opção partidária", afirmou Siqueira.
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