Agronegócio

Deputado quer reduzir ICMS sobre milho comercializado em MT

O deputado estadual José Domingos Fraga (PSD) quer reduzir a taxação sobre o comércio interno do milho em Mato Grosso, de 7% para 4%. A proposta foi apresentada na semana passada na Assembleia Legislativa e argumenta que há necessidade de revisão da alíquota do ICMS para aumentar a viabilidade de mercado do cereal.

“O Estado está perdendo a oportunidade de gerar mais riqueza, empregos e renda por falta de verticalização da produção, ou seja, pela incapacidade de transformar a matéria-prima em produto industrializado no mercado interno. A concessão de incentivos é uma forma de reverter o quadro atual e garantir a verticalização”, disse.

Segundo Fraga, neste ano, Mato Grosso deve produzir cerca de trinta milhões de toneladas de milho, dos quais apenas três milhões são consumidos no Estado. Conforme o deputado, a implantação da primeira indústria do Brasil a operar exclusivamente com milho, em Lucas do Rio Verde-MT, vai abrir o processo de industrialização.

A fábrica da FS Bioenergia é apenas a primeira do que promete se tornar uma alternativa importante para o beneficiamento e o escoamento de safras que tendem a ficar ainda maiores. O deputado entende que a produção de etanol de milho em Mato Grosso vai agregar valor. 

Ao contrário da cana-de-açúcar, conforme o deputado, o milho pode ser estocado e há uma boa brecha para que esse tipo de combustível ganhe mercado.

“Mato Grosso é campeão na produção de milho. São tantos grãos que, quando se anda pelas principais regiões produtoras do estado,  é difícil não os encontrar armazenados ao ar livre ou em silo bags – sacos feitos de um plástico especial – com até 90 metros de comprimento, nos quais o cereal pode ficar guardado por até um ano”, diz o deputado.

Atualmente há dez usinas que processam cana-de-açúcar em Mato Grosso. A produção é de um bilhão de litros por safra, para um consumo médio de 500 milhões de litros. Porém, são consumidos 1,1 bilhão de litros de gasolina.

A FS Bioenergia vai processar 600 mil toneladas de milho e produzir cerca de 240 milhões de litros de etanol por ano. Essa capacidade pode ser duplicada. Até então, o etanol de milho produzido no país saía de usinas flex, que fabricam tanto etanol de cana quanto do grão.

Segundo estimativas da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), o Brasil precisará de 100 novas usinas de etanol até 2020 para atender a demanda que surgirá pelo combustível renovável.

Para o deputado, o milho surge como opção para a produção de etanol no Brasil, “pois oferece características e particularidades que vão ajudar a atender as demandas do mercado no período da entressafra da cana”. Segundo José Domingos Fraga, algumas usinas estão com dificuldades de produção e a cana possui restrições para poder alcançar um patamar maior de produtividade.

Redação

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