O deputado Silvano Amaral (PMDB) apresentou um requerimento ao governo sobre a consultoria da KPMG em contrato para obras do VLT. O pedido segue o parecer dos ministérios públicos Estadual e Federal, que rejeitaram a proposta de retomada dos serviços com acréscimo de R$ 922 milhões no contrato com a Secid (Secretaria de Cidades).
A secretaria deverá esclarecer linhas relativas às obras do modal: os valores pagos pela consultoria Á KPMG e o investimento necessário para a conclusão da instalação, estimada pela empresa.
“Em janeiro de 2016, a empresa contratada pelo governo apontou a necessidade de um aporte na ordem de R$ 600 milhões. Agora, este valor saltou para R$ 900 milhões e o empréstimo pleiteado pelo governo junto à Caixa Econômica Federal é de R$ 800 milhões. Queremos entender como a conta foi feita”, disse Silvano Amaral em sessão nesta quarta-feira (31).
O deputado Oscar Bezerra (PSB), relator da CPI das Obras da Copa, se disse satisfeito com os apontamentos dos Ministérios Públicos, que em sua opinião, acompanham as indicações feitas pela CPI. A comissão apontou sobrepreço acima de R$ 500 milhões no conjunto de obras para a Copa do Mundo de 2014, mais da metade identificada em serviços do VLT.
Ontem, os ministérios públicos Federal e Estadual divulgaram o parecer de reprovação da proposta do acordo entre o governo e o Consórcio VLT. A análise conjunta aponta que os resultados da consultoria da KPMG – contratada pelo Estado para realizar uma auditoria sobre a execução das obras do VLT a fim de se decidir pela continuidade ou não do modal pelo Consórcio – e os relatórios anteriores do próprio Estado, e encontraram inconsistências.
Pouco depois, o governo divulgou nota rechaçando os apontamentos dos ministérios e disse que a estimativa de custo feita por eles está na margem “plausível” de variação considerando o valor a presentado pela KPMG.
Da base governista, Zé Domingos Fraga (PSD) disse acompanhar o governo, mas concordou que o melhor neste momento é suspender a retomada do contrato com o consórcio responsável pelas obras inacabadas do VLT.
“Em virtude de tudo que vem acontecendo, acho que seria de bom tom romper com este consórcio, rever o projeto e fazer uma nova licitação. Esta obra já causou danos irreparáveis e gastou mais de R$ 1 bilhão sem ser concluída. Hoje não temos condições de financiar a saúde, não podemos contratar este montante sugerido”.
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