Política

Deputado de Mato Grosso defende projeto e diz ter “lado feminino”

O deputado federal Carlos Bezerra (PMDB) voltou a ser destaque na mídia nacional por conta do seu projeto de lei que prevê a licença as mulheres no período mentrual, por três dias.

Em entrevista a jornalista Patrícia de Holando, da sessão "Conversa", da Revista Veja, o líder político revelou que entende a necessidade de tal licença, por saber os impactos da menstruação na rotina das trabalhadoras.

Veja a entrevista na íntegra:

Folga naqueles dias

O deputado Carlos Bezerra, do PMDB de Mato Grosso, é autor do projeto que libera as mulheres de trabalhar por até três dias no período menstrual. Ele diz que será bom para a produtividade.

– Qual a necessidade de uma licença-menstruação?

Você é mulher e sabe do problema por que vocês passam por esse período. Se forem incluídos os dias de TPM, então, nem se fala. Vocês ficam de baixo-astral. Reclamam, né?  Minha mulher já teve cólicas terríveis – hoje, não tem mais. No Japão, essa lei já existe. Vi que era o momento de avançar no Brasil. Convivo com muitas mulheres, de vereadoras a deputadas, e me preocupo com a mulher. Tenho meu lado feminino.

– Lado Feminino?

Sim. Sou o autor da PEC das domésticas e tenho um projeto que obriga do SUS a fazer restauração do seio da mulher no caso de câncer de mama. Aqui no Brasil, o lado feminino é muito fragilizado.

– Como foi a reação das mulheres com quem o senhor falou do projeto?

Todas aprovaram. São simpáticas à lei, porque conhecem o assunto. É um tema grave, que estava debaixo do tapete.

– O senhor propõe alterar um artigo da CLT para empresas liberarem as mulheres sob trabalho por até três dias ao mês durante o período menstrual. O que os empresários acharam disso?

Estão totalmente contra. Eles me procuraram exaltados: "Mas como o senhor faz um projeto desses, numa hora dessas em que os país está com índices tão altos dr desemprego?". A verdade é que ninguém leu o projeto. Ora, a empresa só tem a ganhar, vai produzir mais, e não vai ter prejuízo, porque a mulher vai repor o horário perdido, trabalhando em casa numa carga horária maior em outros dias.

– É um momento de apresentar um projeto assim, quando o país discute outras reformas?

Eu acho que muda o enfoque. Tira o foco da corrupção e mira o bem-estar social. Falam só em corrupção, corrupção. Há outros problemas importantes. Esse é um projeto social de alcance profundo.

Redação

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