O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) afirmou nesta quarta-feira, 29, que quatro dos jovens mortos durante a operação Contenção, no Rio de Janeiro, eram filhos de integrantes de sua igreja, a Ministério Missão de Vida. Em discurso na Câmara dos Deputados, o parlamentar disse que os rapazes “nunca portaram fuzis” e criticou o governador Cláudio Castro (PL). A operação deixou pelo menos 132 mortos.
“Estão sendo contados no pacote como se fossem bandidos. E sabe quem vai saber se são bandidos ou não? Nunca, ninguém vai atrás, porque preto correndo em dia de operação na favela é bandido”, afirmou o deputado, que não citou nomes ou idades dos jovens mencionados. “Quem está falando é pastor e não é pastor progressista, não”.
Otoni também dirigiu críticas ao governador carioca Cláudio Castro (PL), classificando a operação como um “teatro espetacular”. “Que essa espetacularização e essa guerra ideológica acabem. A vítima não é o traficante, porque morrem dez e nascem mil. A vítima é o povo que serve de massa de manobra para político safado e incompetente”, declarou.
O parlamentar pediu um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da operação e expressou solidariedade às famílias dos quatro policiais mortos.
O governador Cláudio Castro afirmou, em entrevista também na quarta, duvidar que “havia alguém passeando em área de mata em um dia de operação”. “De vítima ontem, só tivemos esses quatro policiais, as verdadeiras vítimas”, disse.
O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Antônio José Campos Moreira, lamentou todas as mortes registradas durante a megaoperação contra o Comando Vermelho. Ele afirmou que o Ministério Público irá investigar as ações e acompanha o trabalho de reconhecimento dos corpos.
Diante da crise, Castro e o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciaram parceria entre o governo federal e o Rio de Janeiro para combater o crime organizado.

 
        

 
                                