Política

Depoentes confirmam divergências em registro saída de medicamentos no SUS em Cuiabá

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde continuou seus trabalhos durante a tarde de quarta-feira (26) em Cuiabá. O órgão quer fiscalizar a falta de remédios em unidades médicas de Cuiabá.

A CPI acabou ouvindo cinco pessoas até meio-dia a previsão era de ouvir somente três depoentes (Patricia Gavenda Rodrigues, coordenadora administrativa da Empresa Cuiabana, Camilla Cristina Nielli Pinheiro, enfermeira, e Jorge Araújo Lafetá Neto, ex-presidente da Empresa Cuiabana. Contudo, o vereador Abilio foi ao Hospital São Benedito apurar denúncias de superfaturamento de aquisições de insumos e medicamentos feitos pela administração na unidade médica.

Assim, o parlamentar convidou mais duas pessoas para testemunhar na CPI. Trata-se das farmacêuticas Isis Cristina Kisser Abou Raha e Raquel Proença Arantes. A primeira coordena a farmácia do Hospital São Benedito, e a segunda é responsável por acompanhar os contratos com as fornecedoras de remédios.

Primeira a falar, Camilla relatou divergências quanto ao lançamento de materiais no sistema e saída de remédios na rede de farmácia. A sua auditoria chegou a apontar desconformidades em processos de aquisição de materiais e equipamentos do hospital. Contudo, ela disse que não pode afirmar que o estudo era seu, pois não tinha suas assinaturas.

Camilla explica que o prontuário é a receita que o médico prescreve ao paciente e que é retirada na farmácia pelo mesmo. Já a informação que consta no sistema é o que saiu da farmácia e é lançada pelos próprios farmacêuticos.

Em trabalhos de auditoria, a informação no sistema é confrontada com os prontuários físicos dos médicos. As divergências encontradas podem sugerir irregularidades. O vereador Ricardo Saad chegou a levantar suspeito de adulteração nesses prontuários.

Jorge Latefá, que foi ex-diretor da Empresa Cuiabana, foi a segunda a prestar depoimento na CPI. Ele disse que a parte de medicamentos e próteses não faz parte do Sistema SUS. "A maioria de alguns procedimentos, próteses e medicamentos não é habilitado e não faz parte da cesta do SUS", disse na oitiva.

Em seguida, Patricia Gavenda foi a próxima a ser ouvida na CPI. A enfermeira relatou que Camilla não enviou o relatório à diretoria da qual era responsável. Ela apresentou uma documentação aos membros da CPI e questionou os resultados apontados pela colega Camilla. Ela não quis falar com a imprensa.

Isis Kisses, que foi a penúltima a falar, chegou também a confirmar situações de disparidades entre os valores dos produtos do mercado e os adquiridos. Ela chegou a citar um relatório em que apontava a aquisição de um produto na ordem de R$ 4 mil, mas o valor de mercado era de R$ 400.

“Isso acontece. Pode ser por erro humano ou do sistema. Daí entramos, imediatamente, com a equipe médica responsável pelo procedimento para apurar a situação”, explicou a farmacêutica.

Camilla afirmou também que os erros poderiam ser explicados por "quem" lança essas informações no sistema. "Todos são do ensino médio. Nenhuma da área da saúde. Nem técnicos de enfermagem eles são", disse.

Huark, Isis e Patrícia consideram o relatório feito pela enfermeira Camila Cristina Nielli Pinheiro inconsistente por não retratar a realidade e se basear somente em informações do sistema que tinha falhas em sua infraestrutura e eram mal alimentados.

No entanto, Camilla assegurou que seguiu todos os protocolos estabelecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na composição dos estudos. A análise foi feita entre os meses de outubro e dezembro de 2017. Saad elogiou e corroborou o trabalho feito pela enfermeira.

Raquel, que acompanha os contratos com as empresas que fornecem os medicamentos, foi a última a falar na oitiva. Pela sua experiência, a farmacêutica negou irregularidades na entrega dos remédios pelas fornecedoras contratadas.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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