A ‘novela’ deve continuar uma vez que foi marcado novo encontro para a próxima terça-feira (28/01), com a presença do procurador geral do Estado, Jenz Prochnow Junior, e estendido o convite para outros prefeitos da região. Na nova reunião deverá ser marcado um encontro em Brasília para discutirem com integrantes do Governo Federal uma solução concreta para o caso que se arrasta há tempos.
O prefeito de Juína (750 km de Cuiabá), Hermes Bergamim, afirma que o projeto de ampliação da reserva indígena irá aniquilar a economia local, uma vez que a remarcação pretendida pela Fundação Nacional do Índio (Funai) abrangerá quase 83% da extensão do município. A Funai pede a inclusão de 200 a 300 mil hectares que serão integrados à área de mais de 1 milhão e 100 mil hectares que compõem atualmente a reserva indígena.
O processo para aumentar a reserva tramita há cerca de oito anos e a preocupação do prefeito Hermes é demarcar áreas produtivas onde há pessoas há 30 anos produzindo alimentos e a região se tornar uma nova Suiá-Missú. Para Bergamim, a desintrusão de não índios nas terras remanescentes da gleba Suiá-Missú, área que deu lugar à demarcação da Marãiwatsédé, abriu um perigoso precedente para os produtores rurais no Brasil.
O prefeito avaliza que os acontecimentos na Suiá “são uma vergonha do povo brasileiro”. Afirma que tiraram produtores que estavam produzindo leite, carne, soja e desalojaram trabalhadores para entregar para os índios.
Denuncia o prefeito que os índios não são o problema, e sim a Funai, que vem incitando todos os integrantes da reserva. “Não existe um lugar no planeta que tem 20 milhões de hectares aptos a produzir alimentos e nós temos isso no norte de Mato Grosso”, revelou Bergamim.