Jurídico

Delegados Fabiano Pitoscia e Ana Feldner passam a investigar grampos

Por determinação do desembargador Orlando Perri, o esquema de grampos operados em Mato Grosso será investigado pelos delegados Fabiano Pitoscia e Ana Cristina Feldner. Ambos substituirão o delegado Flávio Stringueta, que pediu afastamento do caso para tratar um grave problema de saúde.

As investigações já levaram para a prisão os coronéis Zaqueu Barbosa, Evandro Alexandre Ferraz Lesco, Ronelson Jorge de Barros e o cabo Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior. Eles teriam participado do monitoramento de políticos, advogado, jornalista entre outros. O caso foi denunciado pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, ex-secretário de Estado de Seguraça.

A “arapongagem”, de acordo com a denúncia, tinha como alvo deputados federais, estaduais, advogados e até jornalistas. A suposta quebra de sigilo telefônico ilegal era feita por meio de um esquema conhecido como “barriga de aluguel”, em que números de telefones de pessoas sem conexão com uma investigação são inseridos em um pedido judicial de quebra de sigilo telefônico.

Ainda na denúncia, o promotor Mauro Zaque teria informado que o governador tinha conhecimento dos supostos grampos ilegais, já que teria sido avisado sobre a “arapongagem” por meio de um oficio encaminhado ainda no período em que estava na Sesp.

O Governo, no entanto, garante que nunca tomou conhecimento de eventual ilegalidade e que o ofício apresentado pelo promotor foi fraudado, uma vez que o número do protocolo emitido pelo setor responsável por receber tais documentos no Palácio Paiaguás seria o mesmo que outro ofício protocolado pela Câmara Municipal de Juara, solicitando a realização de obras naquele município.

Taques revelou que a única denúncia que chegou ao seu conhecimento, diversa da que veio a público agora, foi recebida do então secretário Mauro Zaque, no dia 08 de outubro de 2015. Esta foi encaminhada ao Ministério Público Estadual (MPE) no dia 14 daquele mês, e arquivada pelo então coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), promotor Marco Aurélio de Castro, no dia 27 de outubro de 2015.

Segundo Jarbas, tal ofício apresentado por Zaque também não foi encontrado na Sesp.

“Nós não temos conhecimento do conteúdo deste ofício que tem um protocolo fraudado. Vamos pedir as informações para poder avaliar”, declarou.

O secretário ainda declarou que a emissão do protocolo também foi investigada. “Acessamos o banco de dados para verificar se houve qualquer tipo de fraude no sistema de protocolo do Estado, se houve manipulação ou impressão rotineira deste mesmo protocolo. Isso não ocorreu”.

“Então, se esse documento foi construído, ele foi fraudado a partir de uma ação criminosa. Nós precisamos saber quem utilizou este documento e qual foi a finalidade. Isso caberá a atividade investigativa”, pontuou.

Redação

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