A partir desta segunda-feira (5), o delegado Rivaldo Barbosa pretende intensificar a busca por estas respostas, fundamentais para explicar o sumiço de Amarildo Dias de Souza. Policiais militares da UPP da Rocinha, na zona sul do Rio, prestarão novos depoimentos.
O drama da família do pedreiro, que já dura 22 dias, se transformou em uma das principais pautas em manifestações de rua no Rio e em São Paulo. Na internet, o assunto se tornou um “viral”. Usuários de todo o mundo passaram a publicar mensagens, em diferentes idiomas, com a mesma pergunta: cadê o Amarildo?
A questão chegou à Brasília e criou um mal estar entre a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, e o governo do Rio. Rosário afirmou que o suposto envolvimento de policiais no desaparecimento é gravíssimo. José Mariano Beltrame, secretário de Segurança do Rio, considerou o julgamento precipitado, sem provas, mas disse que, se policiais tiverem culpa, receberão punições exemplares.
Manifestantes acampados na porta de Sérgio Cabral lembram o governador todos os dias que Amarildo ainda não apareceu. Cabral tomou a questão como pessoal e acionou Beltrame. O secretário prometeu acompanhar de perto o inquérito e cobrou empenho máximo de Rivaldo Barbosa, que, por sua vez, jurou ir à Rocinha todos os dias até não ter mais de onde tirar pistas.
Os lugares mais óbvios para procurar indícios já foram periciados. No final da última semana, agentes vasculharam a casa de Amarildo. No mesmo dia, foram aos contêineres da UPP e caçaram impressões digitais. Os peritos também usaram luminol para procurar por manchas de sangue.
O delegado pedirá novas explicações à empresa Emive, responsável pelas duas câmeras de segurança instaladas na UPP, uma vez que o sistema apresentou problemas justamente no fatídico 14 de julho. No dia seguinte, a empresa constatou que os equipamentos tinham queimado.
A Polícia Militar terá que esclarecer por que viaturas rodavam sem ser rastreadas por GPS no dia do sumiço. O carro que levou Amarildo da casa dele para a UPP era um dos que não estavam sendo monitorados. Vale lembrar que, naquele dia, a polícia fez uma operação para combater o tráfico de drogas na Rocinha e o pedreiro foi levado para averiguação após ser confundido com um criminoso. Segundo a PM, ele foi liberado logo após o equívoco ser desfeito.
A pista mais recente surgiu de uma informação do policial militar Juliano da Silva Guimarães. Ele teria dito que um tio dele, motorista de caminhão de lixo, foi parado por traficantes e obrigado a levar um corpo até o lixão da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) no Caju, zona portuária do Rio. Juliano Guimarães foi intimado a depor pelo delegado Barbosa.
R7