A delegada Ana Cristina Feldner, uma das responsáveis pela força-tarefa da Grampolândia Pantaneira, admitiu que pode representar, de novo, pela prisão do delegado aposentado e ex-secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas, caso ele não respeite as cautelares impostas pela Justiça.
O juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, negou o pedido de prisão feito pela delegada contra o ex-secretário por atrapalhar as investigações, mas impôs o uso de tornozeleira e o proibiu de sair à noite, nos fins de semana e feriados e de se aproximar de outros investigados no caso.
Feldner disse que respeita a decisão do magistrado, no entanto, afirmou que Jarbas é contumaz em violar medidas cautelares.
Ela disse que irá pedir à Secretaria de Segurança um relatório semanal do monitoramente de Jarbas e caso seja detectada alguma violação, irá informar ao juiz.
“A gente respeita todas as decisões judiciais. A gente acredita que são instâncias diferentes e que eles têm todo o conhecimento. Mas nós representamos pela prisão porque nós vimos que em outros momentos já havia tido a cautelar e não havia sido obedecida”, disse.
Feldner citou que em 2017, mesmo afastado do cargo de secretário de Segurança Pública e proibido de manter contato com outros acusados do esquema, Rogers participou do plano para gravar o desembargador Orlando Perri, com o objetivo de afastá-lo das investigações dos grampos.
Por conta desse fato, o ex-secretário foi preso em setembro de 2017, com mais sete pessoas, também acusadas de integrar o esquema para afastar o desembargador das investigações.
A delegada ressaltou que após ser solto, em novembro daquele ano, Rogers Jarbas também cumpria medidas cautelares, mas mesmo assim, abordou e ameaçou o delegado Flávio Stringueta, que conduzia as investigações da Grampolândia na época, dentro do estacionamento do Supermercado Big Lar. O ex-secretário virou réu em uma ação penal por conta desse fato.
“Em razão disso nós entendemos que ele não respeita infelizmente as cautelares, por isso nossa opção por representar pela prisão, que não foi aceita, por hora. Caso haja novos fatos de que ele novamente não tem respeitado essas cautelares impostas nós devemos sim representar novamente pela prisão”, afirmou.