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Delator diz que vice-governador recebeu propina em vários cargos públicos

O RJTV teve acesso a novos trechos do acordo de delação premiada de Pedro Corrêa. O ex-deputado do PP afirmou aos procuradores da Lava Jato que o vice-governador do Rio, Francisco Dornelles, recebeu milhões de reais em propina.

Segundo ele, foram US$ 500 mil pagos em cinco prestações, para ajudar produtores de café. Pedro Corrêa ainda contou que o valor foi entregue a Francisco Dornelles quando ele era Ministro da Indústria e Comércio. Dornelles ocupou o ministério no governo de Fernando Henrique Cardoso, entre 1996 e 1998.

O dinheiro ilegal seria em troca da compra do excedente da produção de café. O ex-deputado afirmou que recebeu pessoalmente a primeira parcela de cem mil dólares e a repassou a Francisco Dornelles.

Não foram somente os produtores de café que pagaram propina ao agora vice-governador, segundo Pedro Corrêa. De acordo com o delator, durante o período em que Dornelles foi deputado e senador, ele recebeu dinheiro ilegal para proteger os produtores de cigarro.

Um deles, identificado como Duarte, confirmou ao ex-deputado que pagava propina como forma de manter em funcionamento a indústria de cigarro. Pedro Corrêa também falou sobre o pagamento de propina em um contrato de agências de publicidade para o Ministério das Cidades, em 2008.

O delator disse que uma das vencedoras foi a Artplam Comunicação, empresa carioca ligada ao então senador Francisco Dornelles, e que a agência pagou propina ao presidente do PP, na época.
Pedro Corrêa também contou que o ex-presidente da Queiroz Galvão, Ildefonso Collares, disse a ele que pagou R$ 9 milhões em dinheiro a Dornelles. De acordo com Corrêa, a propina foi paga entre 2009 e 2010, para que o relatório da CPI da Petrobras não expressasse a verdade sobre os fatos investigados.

Pedro Corrêa também afirmou que em 2010, a Queiroz Galvão efetou um outro pagamento de R$ 7,5 milhões sob a forma de doação ao PP. Foram R$ 5,9 milhões para vários candidatos do partido e o restante ficou à disposição de Dornelles. Segundo o delator, o pagamento foi um acerto com Paulo Roberto Costa, então diretor de abastecimento da Petrobras.

Corrêa afirmou que, na época, Dornelles filiou Paulo Roberto Costa ao PP e fez a aproximação dele com o então governador Sérgio Cabral. De acordo com o delator, Dornelles tinha planos políticos para o diretor da Petrobras. Pretendia lançá-lo como candidato a prefeito do Rio.

O que dizem os citados?

Francisco Dornelles negou as acusações. Ele ainda declarou que não foi membro da CPI da Petrobras e que não conhece, nunca viu, nunca falou, nem por telefone, com Ildefonso Collares, ex-presidente da Queiroz Galvão.

A Artplan afirmou que desconhece Pedro Corrêa, autor da denúncia, e que nunca pagou para conquistar seus clientes.

Redação

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