A defesa do empresário Marcelo Cestari nega que ele tenha fugido da Justiça, após depoimento à polícia na manhã desta terça-feira (28). O advogado Renan Serra esclareceu que todos os endereços do cliente foram atualizados e não há quebra de fiança, como apontou o defensor da família de Isabele Guimarães Ramos, morta por disparo acidental efetuado pela filha de Cestari na noite de 12 de julho, na casa da família no Alphaville.
“Não tem sumiço nenhum. A família, momentaneamente, se ausentou da residência por conta da tragédia. A defesa compareceu no processo, foi intimada. Não existe sumiço, está dentro do prazo para se manifestar. Pedido tinha como objeto a suposta alteração de objeto, já foi provado que não é verdade. Com relação ao conteúdo não posso comentar nada, porque está sob sigilo”, ressaltou a defesa.
Os outros dois filhos de Cestari prestaram depoimento na Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) nesta manhã. Os menores relataram o que houve na noite de 12 de julho, quando a amiga da irmã foi morta com um tiro na cabeça.
Diferente dos depoimentos anteriores, em que os envolvidos falaram por várias horas, a oitiva dos dois adolescentes se estendeu por cerca de duas horas e meia. Eles chegaram acompanhados pela mãe, Gaby Cestari, uma tia e o advogado. Na saída, o advogado falou com a imprensa e as testemunhas saíram pelos fundos da delegacia. A celeridade no depoimento se dá por conta da estratégia adotada pela Polícia.
“Foram prestados com base no protocola da Polícia Civil, para depoimento de criança e adolescente e não permite acompanhamento da defesa. Depoimentos foram tomados e não tive acesso ao conteúdo”, esclareceu.
O advogado informou que não pode comentar a ação por conta do sigilo e disse que não sabe sobre o depoimento do namorado da adolescente que confessou ter dado o tiro acidental que matou Isabele. O garoto informou à Polícia que a arma que entregou à suspeita não estava com munição.
“A defesa adota postura colaborativa desde o início dos nossos trabalhos e não colocou nenhum óbice”, informou o advogado.
Na semana passada, o advogado explicou que a família não estava mais na casa onde ocorreu o crime, no condomínio Alphaville. Ficaram traumatizados e não conseguiam permanecer no local. Nesta terça-feira, o advogado reformou que a audiência do local é por conta do abalo emocional e não por fuga. “Uma situação difícil. É evidente que a gente não pode sentir o que estão sentindo”.
O caso
Isabele morreu quando estava na casa de uma amiga, no condomínio Alphaville, em 12 de julho. Ela foi encontrada em um banheiro da casa, com um tiro na cabeça, que entrou pelo nariz e saiu pela nuca. A amiga, uma adolescente de 14 anos, afirmou que o tiro foi acidental, após a queda do case onde estavam as armas que ela iria guardar.