Com Cintia Borges
O ex-vereador João Emanuel está preso preventivamente desde as primeiras horas desta sexta-feira (26) no Hospital Santa Rosa, onde se recupera de uma cirurgia feita na tarde desta quinta-feira (25). A defesa alega que como Emanuel é advogado ele tem direito a prisão domiciliar, por isso entrou com um pedido para que a prisão seja cumprida em sua residência.
O irmão e advogado de João Emanuel, Lázaro Roberto Moreira Lima, esteve a pouco no Fórum de Cuiabá para protocolar o pedido. “Na Lei do advogado tem uma prerrogativa no inciso 5, artigo 7 que diz que como advogado ele tem direito à prisão domiciliar. E nós estamos entrando com pedido para que ele fique em casa, até para a recuperação da cirurgia”, afirmou Lima.
Emanuel era o vice-presidente da empresa Soy Group, empresa investigada na Operação Castelo de Areia. “Ele era um dos 'cabeças’ dessa organização criminosa”, declarou o delegado Luiz Henrique Damasceno, da Delegacia Regional de Cuiabá.
A investigação apura crimes de estelionatos praticados pelo grupo, que agiria em todo o Estado de Mato Grosso aplicando variadas formas de golpes, deixando prejuízos que ultrapassam R$ 50 milhões para quatro vítimas identificadas no inquérito policial e outras três que ainda não foram ouvidas.
Em um dos golpes, uma vítima afirma que o vice-presidente da empresa Soy Group, o advogado João Emanuel, teria utilizado um falso chinês para ludibriá-lo em um suposto investimento com parceria com a China, fazendo com que o investidor emitisse 40 folhas de cheque, que juntas somam o valor de R$ 50 milhões. “João Emanuel teria até traduzido o idioma da China, fazendo uma verdadeira farsa. Intérprete sem entender muito do mandarim”, observou o delegado Luiz Henrique prevendo que os golpes possam chegar a R$ 1 bilhão.