O advogado Rodrigo Mudrovitsch comparou a sentença de seu cliente, o ex-deputado José Riva, a condenação do também ex-deputado Eduardo Cunha, ambas proferidas nesta última semana, por discordar da penalidade que contesta como “desproporcional”, como já havia se pronunciado anteriormente.
Nesta sexta-feira (31), ao falar com a imprensa, após o depoimento de Riva, o advogado fez questão de fazer a analogia entre as sentenças dos dois ex-deputados para exprimir a “discrepância” da condenação de seu cliente por representar inclusive um “desístimulo” colaboração com a Justiça.
“O melhor exemplo que posso dar é a sentença proferida pelo juiz Sergio Moro, acima de qualquer questionamento, no caso Eduardo Cunha. Foi um caso em que eram três crimes imputados a ele, o valor discutido eram U$77 milhões e ele foi condenado a 15 anos. Meu cliente confessou os fatos, colaborou com a investigação, os valores de R$2 milhões e eram dois crimes e a pena foi de 21 anos e 8 meses”, declarou Mudrovitsch ao dizer que os números falavam por si só.
“Houve uma gritante discrepância entre a relevância da contribuição feita a ele [José Riva], entre o que diz a legislação e a pena fixada”, concluiu o advogado.
Estratégia de defesa
Mesmo tendo apontado a discordância em relação a sentença, José Riva e o advogado seguem com a mesma estratégia de colaborar com a Justiça.
“Nós confiamos no Poder Judiciário e no Ministério Público Estadual, e é desejo do meu cliente, prestar contas do que ele fez. Portanto, não há sentença que possa ser proferida em qualquer desses casos que vá alterar o propósito que já vem sendo construído há quase dois anos”, afirmou a defesa de Riva.
Em relação as confissões que vem sendo feitas pelo ex-deputado, no último ano, Mudrovitsch considera esta última confissão como inovadora para a colaboração de Riva com a Justiça, uma vez que o intuito, neste caso, é conseguir penas mais brandas.
“Se isso não for o suficiente para que o meu cliente tenha uma condenação reduzida, tenho receio do instituto da colaboração premiada, tenho receio da confissão depois disso. Porque sobre tudo penso que o Poder Judiciário deve estimular condutas como essas aconteçam”, considerou o advogado.
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