A Delegacia Fazendária (Defaz) elaborou um relatório com base na quebra de sigilo bancário de envolvidos no esquema de um suposto desvio de R$ 15,8 milhões do Estado, por meio da desapropriação de um terreno no bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá, no ano de 2014.
As investigações ocorrem no âmbito da 4ª fase da Operação Sodoma.
O documento, divulgado pelo MidiaNews, apontou o pai do empresário Luciano Candido Amaral, Braz Jose do Amaral, como o beneficiário de dois cheques que totalizam R$ 120 mil.
Luciano Candido é réu das Operações Seven e Aprendiz, que também apuram esquemas de desvios de dinheiro público no Governo do Estado e Câmara Municipal de Cuiabá.
O dinheiro supostamente desviado teria voltado aos integrantes do esquema por meio de depósitos feitos pelo advogado Levi Machado, dos quais R$ 95 mil teriam sido destinados a Braz do Amaral.
Os outros R$ 25 mil teriam sido sacados por Amaral em novembro do mesmo ano, provenientes de uma distribuição do empresário Julio Minoru Tsuji, que é um dos delatores da operação.
Segundo a Defaz, dois meses antes do recebimento do primeiro cheque, Amaral havia constituído uma procuração pública concedendo a seu filho o direito de movimentar sua conta corrente.
“A procuração supracitada foi registrada no 2ª Serviço Notorial e Registro da Comarca de Rosário Oeste”, diz trecho do relatório.
Luciano Candido é réu da 2ª fase da operação Seven, que investiga a compra dupla no Estado de uma área de 3,2 mil hectares, entre Nobres e Rosário Oeste. Esta área, a princípio, teria sido vendida por R$ 1,8 milhão e, 12 anos depois, por R$ 7 milhões. O empresário é acusado de ter recebido um empréstimo forjado no valor de R$ 330 mil a fim de “lavar” o dinheiro recebido por Filinto Corrêa, dono da área que foi vendida.
Parte do dinheiro teria sido repassada para o ex-presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), Afonso Dalberto, e para contas de sua esposa e filhas. Na ocasião, Luciano Candido teria, ainda, repassado dois cheques, um no valor de R$ 65 mil e outro de R$ 50 mil, na conta de Braz José do Amaral.
Já na Operação Aprendiz, que investiga fraudes nas licitações na Câmara Municipal, o empresário é acusado de ter ajudado o ex-vereador João Emanuel a comprar uma caminhonete, a fim de ocultar os recursos desviados.