Política

Decreto sobre conselhos fere a lei e a separação de poderes, diz Alves

 
"Diante desse quadro de inconstitucionalidade e em atenção às críticas de parlamentares, juristas e cientistas políticos, envidaram-se esforços com vistas à revogação do decreto, mas as tratativas com o Poder Executivo não prosperaram", afirmou.
 
Ele disse que colocará em votação nesta quarta (2) projeto de decreto legislativo que derruba o decreto presidencial. A previsão era votar regime de urgência para esse decreto nesta terça, mas diante do quórum reduzido, a oposição pediu para adiar a deliberação.
 
O decreto presidencial que gerou polêmica e contrariou o Legislativo foi assinado em maio por Dilma e instituiu a Política Nacional de Participação Social. A regra estimula a participação dos conselhos, movimentos sociais e da população em políticas públicas do governo federal.
 
Entre outros pontos, a legislação determina a criação de um colegiado, formado por membros do governo e da sociedade, para discutir as decisões da administração pública federal, avaliá-las e propor alterações. Na fala em plenário, o presidente da Câmara disse que o decreto "submete a atuação administrativa a injunções político-partidárias e ideológicas".
 
Alves também questionou a legalidade do decreto, dizendo que esse instrumento do Executivo não pode criar nem autorizar a criação de órgãos públicos, "tampouco acrescer atribuições a órgãos e entidades criados por lei". Para o presidente da Câmara, o decreto também contraria o princípio constitucional de separação dos Poderes.
 
"Cabe ao Congresso Nacional a formulação de políticas públicas, por meio de lei, após amplo debate entre todas as forças políticas, da situação e da oposição, sobre as mais diversas demandas de todos e quaisquer grupos da sociedade, alinhados ou não ao governo", afirmou.
 
G1

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões