Política

Decisão de demitir adjunto ocorreu antes de prisão, diz Mauro

O governador Mauro Mendes (DEM) se manifestou, pela primeira vez, nesta quarta-feira (30), diante da imprensa sobre a prisão do ex-secretário-adjunto da Casa Civil, Wanderson de Jesus Nogueira, suspeito de receber propina de 20 mil.

Wanderson foi preso na noite do dia 24 de setembro pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). O ex-secretário foi abordado e teve sua mochila revistada, nela continha documentos e um envelope branco. Dentro do pacote, os policiais encontraram maços de R$ 50 e R$ 100, totalizando R$ 20 mil em espécie.

 

'Segundo o chefe do Executivo, "é impossível garantir que 70 mil pessoas são honestas, trabalhando no Estado de Mato Grosso" e o crime ainda esta sob investigação e é necessário esperar o decorrer do processo.

"Primeiro está sob investigação. Nós temos que esperar as investigações. Tenho certeza que o governo, eu e os meus secretários, nós não compactuamos com nenhum tipo de corrupção. Nós temos 70 mil servidores, é impossível garantir que 70 mil pessoas são honestas, trabalhando no Estado de Mato Grosso. É possível que qualquer um deles possam fazer algum ato indevido. Agora qualquer que fizer e for pego, vai pagar por isso, não vai ter apoio do governo" explicou.

O secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, se defendeu e disse que só tomou conhecimento do ocorrido na tarde do dia e que no mesmo instante foi tomada a decisão de demiti-lo.

"Depois ficamos sabendo que o Gaeco já tinha realizado a prisão dele, mas a decisão de demitir já tinha sido tomada, pois tivemos a informação algumas horas antes. E agora cabe as autoridades a investigação dos fatos. Claro que o servidor tem direito a defesa e ao contraditório, como qualquer cidadão", explanou.

Porém, Carvalho enfatizou o direito de Wanderson de defesa, segundo ele, "não podemos condenar ninguém, é imoral e injusto".

"Primeiro temos que ter a prova do ato. Não podemos condenar ninguém, acho que isso é imoral e injusto. Estamos tratando de vidas, de humanos, temos que ter cuidado. Não podemos destruir pessoas por conta de uma denúncia de um indício de corrupção. Agora, se constatar a irregularidade, o governo não coaduna com nenhum ato ilícito e ilegal, quero deixar bem claro isso".

Mauro Carvalho disse ainda que o servidor preso trabalhou em sua empresa por 25 anos e nunca houve irregularidades cometida por parte dele. "Ele trabalhou na minha revenda de 1989 a 2011. Chamei para a Casa Civil por ter esse elo de confiança. Não acredito que macule a imagem".

O secretário afirmou que está aberto para prestar depoimento. "Fui informado pelo Ministério Público que esse dinheiro era da TMF e eles têm direito a defesa e a informar de onde é esse dinheiro, se é proveniente de negociação fora do estado, como já foi comentado na imprensa que é de uma fábrica de gelo que seria do Wanderson. Não fui intimado para depor, mas estou à disposição".

 

Entenda o caso

Wanderson Nogueira durante sua prisão afirmou que o dinheiro encontrado em sua mochila na quantia de R$ 20 mil  era dele referente a venda de uma empresa de gelo chamada “Gelo Mais”, para Thiago Ronchi Adrien Eugênio, da TMF Construções e Serviços Eireli. 

Após checar as informações da Gelo Mais – que não consta no nome do ex-secretário e se trata de uma construção inacabada no bairro Santa Cruz. 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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