A decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de cortar taxa de juros para faixa entre 4% a 4,25% ao ano, anunciada nesta quarta-feira, 17, não foi unânime, de acordo com o comunicado publicado. O diretor Stephen Miran divergiu dos outros membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, em inglês) e votou por um corte maior, de 50 pontos-base.
Antes da reunião, os dirigentes já tinha demonstrado que poderiam apoiar uma redução mais agressiva nos juros.
Recém confirmado pelo Senado, Miran acumula o cargo de presidência do Conselho de Assessores Econômicos Casa Branca e já defendeu as críticas do presidente dos EUA, Donald Trump, ao nível “elevado” das taxas de juros no país.
Miran foi indicado por Trump, para ocupar o mandato-tampão deixado pela inesperada renúncia da ex-diretora Adriana Kugler.
Gráfico de pontos
Nove dos 19 integrantes do FOMC do Federal Reserve projetam que os juros terminarão 2025 na faixa entre 3,50% e 3,75%, conforme o gráfico de pontos divulgado junto com a decisão da autoridade monetária de cortar a taxa básica.
Se considerado ritmo de ajuste de 25 pontos-base por reunião, a trajetória projetada pela maior parte dos dirigentes implicaria em mais duas reduções na taxa básica este ano.
Por outro lado, seis membros veem os juros no nível entre 4,00% e 4,25% ao final de 2025 – ou seja, manutenção no nível atual.
Dois estimam a taxa entre 3,75% e 4,50% em dezembro. Um único integrante prevê a taxa entre 4,25% e 4,50% no período e outro projeta a referência na faixa entre 2,75% e 3,00%.