Havia uma grande desconfiança sobre a saúde do mercado imobiliário de Cuiabá após os impactos da Copa do Mundo 2014. Na época, a previsão generalizada era de que as vendas deveriam cair. Mas fontes do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais, Comerciais e Condomínios de Cuiabá e Várzea Grande (Secovi) informavam que essa análise não procedia. De fato, a realidade só poderia ser constatada após alguns meses passados do Mundial, ocorrido entre junho e julho.
O que se constata hoje é que o setor imobiliário vem crescendo de forma progressiva e independente da Copa. Dados apontam que, de 2012 a 2014, 11.199 apartamentos em 240 prédios foram entregues na capital. Atualmente, 124 obras estão em construção, com previsão de conclusão até 2017. Nesses novos prédios existem 6.394 unidades habitacionais, com valores que variam de R$ 170 mil a acima de R$ 800 mil. Ou seja, se comparados às cifras de períodos anteriores, percebe-se que os preços dos imóveis não caíram após a Copa do Mundo.
Analistas do setor avaliam que esse aquecimento no mercado, mesmo diante da valorização dos imóveis, não é resultado apenas do Mundial de futebol, mas sobretudo da melhoria da situação financeira da população regional e do aumento da flexibilização para o financiamento. Isto fica comprovado na amostragem de que existem negócios para todas as classes sociais economicamente ativas.
Por exemplo, nos empreendimentos considerados para classe 'A' (acima de 170 metros quadrados), o valor do metro quadrado chega a custar R$ 5,8 mil. Obras deste porte correspondem a cerca de 16% do total de obras realizadas em Cuiabá nesse período.
Já as construções que visam à classe 'B', cujo preço médio dos imóveis de metragem entre 100 e 160 metros quadrados varia de em torno de R$ 5 mil o metro quadrado, configuram-se em 27 construções. Isto correspondente a aproximadamente 32% das obras executadas na capital, o que demonstra a força crescente desta categoria social.
Contudo, como a maioria das unidades comercializadas é de dimensões entre 60 e 90 metros quadrados, podemos dizer que a expansão real está relacionada à classe 'C'. Perfazendo um total de 42% das obras executadas nos dias de hoje, cujo preço não passa de R$ 4,3 mil, percebe-se o foco de vendas nesta faixa.
Há, ainda, um mercado já digno de nota e que atende à classe 'D'. São unidades com até 55 metros quadrados e custo médio de R$ 3 mil. Isto representa apenas 10% dos apartamentos construídos em Cuiabá no momento, mas a simples existência deste percentual já demonstra que o segmento imobiliário avança.