A oficialização da data da eleição suplementar ao Senado irá intensificar as articulações dos partidos para a definição de chapas. As manifestações de candidaturas iniciaram bem antes mesmo da cassação de Selma Arruda, mas as negociações continuam abertas.
Os partidos terão que já chegar as convenções já com um pré-arranjo de nomes escolhidos, porque elas irão se concentrar em três dias, de 10 a 12 março, conforme calendário divulgado hoje (22) pelo TRE-MT (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso).
Nessas datas os partidos terão que definir se irão sair em chapa pura ou em aliança. Como a tendência é que a segunda opção seja a mais escolhida, também terão que fechar acordos interna e externamente aos seus partidos para consenso dos nomes.
Hoje, os mais cotados enfrentam incertezas tanto dentro de suas siglas quanto na aproximação de outros grupos. No PSDB, Nilson Leitão é tido como mais consensual, porém, não é um assunto encerrado. Outros dois vereadores e um filiado de fora de mandato público estão na lista.
Os tucanos também não descartam entrar na aliança que o DEM busca formar em torno de uma candidatura própria. O presidente do diretório estadual, Paulo Borges, diz que a definição deverá sair no fim deste mês, mas, até lá, muita conversa será feita.
“Acredito que o Nilson tem um lastro melhor de votos o que favorece para definir nome num prazo tão curto. Mas, como vão precisar de aliança, não estamos descartando nada, já estamos em conversa com o Júlio, com Jayme Campos para chegar a um acordo”.
Os próprios democratas estão num cenário de indefinição. Júlio Campos, que tem feito o trabalho de afinação entre o interior do Estado e o diretório na capital, tem sido mais cogitado para concorrer. Mas, o deputado estadual Dilmar Dal Bosco parece como o segundo nome de peso. E o também democrata Eduardo Botelho, presidente da Assembleia Legislativa, não descarta que a Casa apresente um candidato com apoio dos demais parlamentares.
Além disso, existe em paralelo à conversa intrapartidária uma tentativa, que vem sendo puxada por Júlio Campos, de montar um grupo de representatividade da Baixada Cuiabana e incluir nomes fortes de outros partidos e com peso no interior de Mato Grosso nas suplências.
Em entrevista ao Circuito Mato Grosso no início desta semana, Júlio Campos afirmou que a lista vai do vice-governador Otaviano Pivetta (PDT) ao deputado federal Neri Geller (Progressistas), passando por Nilson Leitão e um nome indicado pelo MDB, de Carlos Bezerra.
Carlos Fávaro (PSD), que já tentou mais de uma vez na Justiça ocupar temporariamente a vaga de Selma Arruda (PODE), até a conclusão da eleição suplementar, já tem o apoio público do governador Mauro Mendes (DEM). Mas, nas conversas entre partidos é uma figura pouco lembrada.
A ex-reitora da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), Maria Lúcia Cavalli Neder (PCdoB), antecipou a intenção de disputa no fim do ano passado. O projeto mais à esquerda parece firme na candidatura própria, mas não descarta se aproximar de outros partidos, como o PSB e PT dos deputados estaduais Max Russi e Lúdio Cabral, respectivamente.
As articulações deverão estar acertadas até 17 março, daqui a 54 dias. É a data limite estabelecida pelo Tribunal Eleitoral para que partidos ou coligações registrem as candidaturas, até às 19h.