Isto é o que sugere mensagem recebida pela família via internet no domingo (28), afirmando que a criança se encontra "muito bem". O recado foi rastreado pela Polícia Civil, a qual confirmou que o computador de origem se encontra na Europa.
Feito por meio de um programa de conversação online, este é o segundo contato supostamente feito pelos sequestradores da garota desde o dia em que ela foi tirada de sua família adotiva. No dia seguinte ao sequestro, a família recebeu uma mensagem SMS em tom ameaçador, mas nada que sugerisse que o paradeiro da criança fosse a Itália, terra natal de seu pai.
Ele, que chegou a ser expulso do país após cumprir pena em Mato Grosso por tráfico de drogas, é considerado o principal suspeito do sequestro ao lado da mãe biológica, que é da República Dominicana, país onde Ida chegou a ser registrada.
"Desde o início já desconfiávamos da possibilidade de que a criança tinha como destino esse outro país, a Itália, visto que, além dos pais terem essa origem, o pai biológico já tinha entrado em contato com a família há cerca de um mês antes do fato falando do interesse dele em reaver a criança. E depois, no domingo, houve um contato da mãe, via MSN, com a família, informando numa frase só que a criança estava muito bem. Rastreamos o IP e chegamos à conclusão de que a máquina estava na Itália quando emitiu essa mensagem", explicou o delegado Flávio Stringueta, do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
Responsável por conduzir as investigações da Polícia Civil sobre o paradeiro de Ida Verônika, Stringueta destacou que caso a criança realmente esteja no país europeu, dificilmente seria possível trazê-la de volta ao Brasil, uma vez que a Itália não extraditaria um cidadão italiano (Ida Verônika tem dupla nacionalidade).
Por outro lado, Stringueta ponderou que, mesmo tendo a mensagem sido enviada da Itália, isso não necessariamente significa que a criança de fato esteja no país, pois uma terceira pessoa, a mando dos sequestradores, pode ter realizado o contato com a família de forma a desorientar a apuração do crime. "A polícia não se limitou a acreditar na mensagem", enfatizou o delegado.
De qualquer maneira, a mensagem originária da Europa somente reforça a suspeita sobre os pais biológicos, esclareceu Stringueta, que agora deve pedir à Justiça a quebra do sigilo telefônico da família adotiva de Ida Verônika a fim de desvendar a origem do telefonema feito cerca de um mês pelo pai biológico da criança.
A Interpol e a Polícia Federal auxiliam nas investigações. Na manhã deste sábado (4), a família adotiva de Ida Verônika conduziu uma passeata pelo centro de Cuiabá pedindo agilidade nas investigações, ajuda e orações a fim de encontrar a criança.
Fonte: G1