O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Mauro Curvo, ressaltou a atuação do Ministério Público Estadual (MPE-MT) no combate à corrupção no Poder Público estadual. De acordo com o promotor, as investigações nos últimos anos evidenciaram que o número de políticos envolvidos em irregularidades são muitos e ironizou, dizendo que se todos se juntassem daria para formar vários times de futebol.
“Nós temos um ex-governador e vários secretários presos a cerca de 1 ano e meio por conta de desvio de dinheiro público. Se levamos em conta os que estão presos, os que estiveram presos e hoje respondem em liberdade, e ainda, os que não serão [preso], infelizmente, é tanta gente que dava pra montar vários times e até disputar um campeonato”, criticou Curvo, fazendo referência as operações realizadas e acompanhadas pelo MPE, que resultaram nas prisões de figurões da política mato-grossense, como o ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
Segundo o procurador, a disputa do campeonato seria o “da imoralidade, da indecência e da improbidade com os recursos públicos”.
Mauro Curvo que fazia analogia do MPE a um time de futebol pontuou o trabalho de combate à corrupção e ao crime organizado no Estado mato-grossense e garantiu que os resultados tendem a melhorar. “Da nossa parte, nunca faltará empenho e dedicação para lutarmos e mudarmos este Estado de Mato Grosso”, afirmou.
No discurso de posse como chefe do MPE, Curvo usou da analogia para se referir as ações do MPE no dia-a-dia, principalmente em defesa da sociedade, quando se processa alguém que cometeu um crime, combate à corrupção, e luta pela preservação do meio ambiente e da saúde. “O time do MPE busca seus gols e sua missão primordial é a defesa das pessoas. O seu gol é ser a voz da sociedade”, disse.
A regra do jogo
Ainda se utilizando de metáforas, o procurador-geral afirmou que há regras para se seguir dentro do órgão que às vezes dificultam o combate a corrupção, em especial casos de enfrentamento a “corruptos e criminosos do colarinho branco”.
“Tal qual no futebol, as regras do jogo não são feitas por nós jogadores. São feitas por nossos deputados e senadores, pelo Poder Legislativo, e em determinadas partidas elas tornam o jogo tão difícil a ponto da vitória parecer inatingível”, desabafou.
“Parece até que a bola é maior que o gol. Mas nós não desanimamos e continuamos a lutar na defesa da sociedade”, pontuou.