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Cuiabá tem mais de 3,5 mil pessoas indiciadas por roubo, furto e latrocínio

Mais de 3,5 mil pessoas foram indiciadas por roubo, furto, receptação e latrocínio (roubo seguido de assassinato) em Cuiabá nos últimos anos. Número é da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e referente ac1.452 inquéritos abertos para apurar crimes dos tipos.

As investigações, que fazem parte de medidas para conter a violência na capital, resultaram até o momento na prisão de quase 500 pessoas (192 em flagrantes, 211 preventiva e 79 temporária).

O balanço da Sesp integra ações diárias  e operações deflagradas de investigações da Derf (Delegacia Especializada de Roubo e Furto) e trabalhos desenvolvidos de forma conjunta pela Delegacia da Polícia Civil e a Polícia Militar, dentro das parcerias desenvolvidas com os Batalhões na troca de informações.  

"Hoje o foco da Segurança Pública é a integração. Dividimos Cuiabá em regiões que correspondem às mesmas dos Batalhões da PM, para facilitar essa troca de informações entre as duas instituições. Esse trabalho tem fluido e colhidos bons resultados", enfatizou a delegada titular da Derf, Luciani Barros Pereira de Lima.

Somente em ações da Derf Cuiabá foram 293 presos em cumprimento de 214 mandados de prisão preventiva e 79 temporárias. A Delegacia também já contabiliza mais de 3,5 mil autores de delitos indiciados em crimes de roubo, furto, receptação e latrocínio, dentro de 1.452 inquéritos policiais concluídos e enviados ao Judiciário.  

No universo de presos e indiciados estão pessoas que agiam isoladamente em roubos e furtos e também integrantes de quadrilhas especializadas na prática de crimes patrimoniais, que segundo as investigações da Derf, muitos, são bandidos arregimentados por criminosos que cumprem penas em presídios da capital e do interior.

Força-tarefa

Dados levantados pela Delegacia revelam o desafio da equipe de pouco mais de 80 policiais, para investigar uma média de 800 registros de roubos ao mês, fora os furtos.

A delegada titular da Derf, Luciani Barros Pereira, explicou que, por conta dessa alta demanda, o roubo a residência e o latrocínio foram eleitos como prioridade da Delegacia e são foco da força-tarefa montada pela Polícia Civil para resposta célere às famílias vítimas da crueldade dos bandidos. Os casos têm o apoio do Núcleo de Inteligência da Derf, que contribuiu para identificação e cumprimento da prisão de 57 autores.

"Elegemos como prioridade número 1 o crime de latrocínio, seguido do roubo a residência, porque, normalmente, as famílias vítimas ficam traumatizadas pelo emprego da violência".

A estratégia da Delegacia foi montar uma força-tarefa para rapidamente investigar os casos de latrocínio, iniciando os trabalhos desde o local de crime, e também os roubos a residência. Nos casos de roubos em que houver a restrição de liberdade da vítima, a equipe de plantão da Delegacia é acionada, via Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciosp), para o atendimento ainda no local.

"Montamos uma equipe para somente trabalhar com os roubos a residências. Todos os casos dessa natureza são direcionados a essa equipe, que tem o apoio do núcleo de inteligência, que desencadeia as investigações", explicou.

Os latrocínios são distribuídos de acordo com a escala de delegados da unidade, mas contam com ajuda da força-tarefa na elucidação. "Praticamente 100 %  dos latrocínios que a Derf investigou estão todos esclarecidos com identificação dos autores", afirmou Luciani.

Causas e efeitos

Os roubos e furtos são crimes patrimoniais ligados diretamente a obtenção de lucro. As causas de seu aumento têm relação direta com a crise econômica.

"A crise que o país atravessa contribui em muito para o aumento. A criminalidade tem que roubar ou furtar mais para manter o mesmo padrão deles. A gente vê casos de pessoas que nunca praticaram crimes e de repente são aliciadas pela situação econômica, pelo desespero, o desemprego. Então começam praticar crimes para se manterem", analisa a delegada Luciani Barros.

Diante do cenário econômico, a delegada observa que os perfis dos autores são variados. Tem os que praticam o furto motivado pela fome, os chamados crimes famélicos – quando a pessoa pega alimentos em supermercados. "Essas são pessoas que não são contumazes na prática de crimes, mas estão cometendo em virtude da própria situação financeira do país", destaca.

Tem também os criminosos que fazem do roubo e furto um meio de vida. "Escolhem porque é uma modalidade lucrativa. Esses indivíduos sim, normalmente, são contumazes e cada vez mais aumentam o grau de violência e também se especializam em determinado segmento”, analisa a delegada.  

Para os profissionais da Derf, as dificuldades são muitas, mas esclarecer um roubo e dar uma resposta as famílias é algo gratificante.

"A sociedade pode contribuir denunciando e também fazendo aquela 'camaradagem' com o vizinho. Cuidar da casa do vizinho quando ele estiver fora ou viajando, observar carros parados e anotar placas ou características de pessoas em atitudes suspeitas e acionar a Polícia. Precisamos pensar que amanhã pode ser a sua casa ou de um parente. Hoje as pessoas têm essa postura individualista, mas precisa pensar que amanhã poderá ser ela uma vítima. E assim, com informações, poderá ajudar nas nossas investigações ou na prevenção desses crimes", orienta a Luciani Barros.  (Com Assessoria)

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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