Assim como em outros locais do mundo, Cuiabá também já tem caso de reinfecção pelo coronavírus (covid-19). Mesmo com situações como estas estarem sendo noticiadas há alguns meses em diversos países, somente nesta última quarta-feira (9) foi que o Ministério da Saúde (MS) reconheceu o primeiro caso em que uma mesma pessoa adquiriu o vírus duas vezes, em um intervalo de 116 dias. Especialista afirma que apesar de menor incidência, casos de reinfecção pela doença podem acontecer e fala sobre mitos e verdades envolvendo o vírus. Mas ela lembra que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a reinfecção só pode ser atestada após confirmações laboratoriais, como o exame de PCR e o sequenciamento viral, que seja analisado a sequência genética para saber se realmente se trata do coronavírus.
A virologista e epidemiologista, pesquisadora da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Ana Cláudia Pereira Terças Trettel, diz que o que se sabe até agora sobre a reinfecção da covid-19 é muito pouco para se fazer afirmações. “Até dezembro de 2020, o que se tem de protocolo que é determinado pelas OMS é que casos de reinfecção precisam ocorrer com no mínimo 90 dias de intervalo. Além disso, o paciente precisa ter sido testado através da técnica de PCR, que é a qual detecta se o vírus está circulando no organismo da pessoa”.
A especialista frisa que, mesmo após o exame laboratorial ter dado positivo em duas situações respeitando o prazo mínimo, ainda é necessária a realização do sequenciamento viral, que apenas é feito em laboratórios específicos, que por sua vez são poucos em todo o país. Por isso, um diagnóstico de reinfecção pode demandar um tempo considerável.
Como a doença tem apenas um ano circulando no mundo, os números confirmados de reinfecção ainda são baixos. Ana Cláudia frisa que os sintomas durante uma segunda contração do vírus podem ser iguais, mais brandos ou ainda mais severos do que na primeira. Tudo dependerá do organismo de cada indivíduo.
Questionada sobre a possibilidade do exame que detecta a covid-19 dar positivo, mas se tratar de outra doença, a virologista afirma que as chances são mínimas (1%) e somente podem ocorrer em casos de testes para detecção de anticorpos e sorológico. “No PCR, que identifica o coronavírus, é impossível o erro acontecer, porque ele é específico para aquela doença”.