Cuiabá é a 10ª melhor cidade do Brasil para fazer negócios no setor do comércio. É o que aponta o estudo “Melhores Cidades para Fazer Negócios 2.0”, produzido pela empresa Urban Systems para a revista Exame. No ranking, em que as cidades recebem notas de no máximo 10 pontos, Cuiabá aparece com a nota 5,4. A primeira colocada, Barueri (SP), recebeu nota 6,2.
O levantamento avalia as 326 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes e monta um ranking das 100 mais atrativas para o desenvolvimento de negócios, considerando condições específicas através da metodologia de análise estatística IQM – índice de qualidade mercadológica.
Para avaliar o ambiente de negócios no setor do Comércio, foram levados em conta 11 indicadores, além de outros ligados ao macro cenário da pandemia de covid-19, que afetou a economia de todo o mundo. Dentre os 11 indicadores estão: empregos com média e alta remuneração, renda do trabalhador do comércio varejista e atacadista, estabelecimentos comerciais varejistas e atacadistas, variação do número de empregos, crescimento populacional, banda larga por habitante, auxílio emergencial e renda o trabalhador formal.
Os indicadores que tiveram maior peso nessa avaliação foram crescimento populacional, auxílio emergencial e renda média do trabalhador formal, nos quais Cuiabá demonstrou bom desempenho, com um acréscimo de 0.91% em sua população entre 2019 e 2020; média de R$ 838,15 de auxílio emergencial do governo federal por habitante; e média de R$ 4.075,00 de renda média dos trabalhadores com carteira assinada, de acordo com a Relação Anuais de Informações Sociais (RAIS 2019).
O setor atacadista também se destacou no levantamento acerca do ambiente de negócios na capital mato-grossense, com crescimento na renda nominal do trabalhador de 17,18%, entre 2017 e 2018 e crescimento de 4,61% dos estabelecimentos.
A secretária municipal de Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento Econômico, Débora Marques, comemorou o posicionamento de Cuiabá na pesquisa e afirmou que “o principal foco da atuação da Prefeitura é estabelecer o equilíbrio econômico e o bem-estar da sociedade cuiabana”. Segundo ela, a pandemia prejudicou muito a economia, causando o fechamento de empresas e perda de empregos, mas enfatizou que a gestão “está trabalhando muito para restabelecer os dois pilares que sustentam a economia cuiabana, que são o comércio e o setor de serviços. E estes apresentam bons sinais de aquecimento para a próximo ano”, afirma Marques.
A respeito da boa nota de Cuiabá em relação à renda média dos trabalhadores com carteira assinada, a secretária destaca que a pasta atua fortemente contra o trabalho informal. “Este não pode competir com o comércio formal. Precisamos regularizar para que a Prefeitura tenha receita, o comércio seja fortalecido, gere emprego e renda em nossa sociedade”.
Agropecuária
Ainda conforme o estudo da Urban Systems, Cuiabá aparece na 11ª posição no ranking das melhores cidades para fazer negócios no setor da Agropecuária, com nota 3,22. A primeira colocada, Juazeiro (BA), tem recebeu nota 3,9. Conforme os pesquisadores, as notas mais baixas nesse ramo demonstram que, apesar de serem destaque, essas cidades não possuem um predomínio de relevância em todos os temas analisados (lavoura e pecuária). Isso porque as cidades avaliadas são apenas aquelas com mais de 100 mil habitantes, ou seja, mais urbanizadas.
Nesse ramo de negócio, Cuiabá se destaca pelo percentual de empregos com média e alta remuneração, que é de 27,21%, o maior entre os setores da economia. O crescimento de 693,32% das exportações também pesou favoravelmente nessa balança, conforme dados do Ministério da Economia.
Conforme a secretária de Agricultura, Cuiabá se destaca no agronegócio por contribuir como fornecedor atacadista de mercadorias e de serviços para o agronegócio, além da oferta de boa infraestrutura logística. “Cuiabá é considerada a cidade do Agro pois aqui estão localizadas as maiores empresas ligadas ao agronegócio. Toda tratativa de importação, exportação acontece aqui na capital, além de termos as representações, como a Famato, a Acrimat, que estão ligadas a essas negociações do agronegócio”, comenta.
Para avaliar as cidades no setor agropecuário, além dos impactos da pandemia, foram definidos os seguintes critérios: empregos com média e alta remuneração, crescimento da produção da lavoura permanente e a lavoura temporária, produtividade das lavouras permanente e temporária, crescimento da produção pecuária, exportação agropecuária e empregos no setor.