O deputado Abílio Brunini (PL) foi eleito prefeito de Cuiabá neste domingo, com apoio direto do ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi seu maior cabo eleitoral nesta campanha. Brunini é um dos integrantes mais radicais da bancada do PL e sua vitória é considerada também a do ex-presidente da República. O agora prefeito eleito está matematicamente eleito prefeito. Com 94,74% das urnas apuradas, ele tinha 53,78% dos votos válidos. Ele disputou o segundo turno com Lúdio Cabral(PT), que tinha 46,22% dos votos.
Brunini já havia terminado na frente no primeiro turno, quando teve 39,6% dos votos. Lúdio, seu adversário, teve 28,3%. Cuiabá é a capital de Mato Grosso, um dos Estados em que o setor agropecuário tem mais poder político – e o grupo é majoritariamente antipetista. Nas eleições gerais de 2022, Jair Bolsonaro teve 61,5% dos votos na cidade no segundo turno, contra 38,5% de Lula. O número de dois anos atrás já indicava a dificuldade que um candidato petista teria no local.
O agora prefeito eleito concorreu em uma coligação onde o PL era o único partido relevante. Novo, PRTB e DC completavam o grupo. Lúdio perdeu mesmo tendo aglutinado uma coligação mais ampla, com PT, PSD, PC do B, PV, Psol e Rede.
Essa configuração reproduz em alguma medida as fórmulas da eleição de 2022. Bolsonaro focou na direita, enquanto o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva buscou atrair setores de fora da esquerda. A diferença é que, em Cuiabá, a aliança mais ampla perdeu.
Bolsonaro entrou de cabeça na campanha de Brunini, enquanto Lula não fez o mesmo por seu aliado. Lúdio tinha como vice em sua chapa Rafaela Fávaro (PSD), filha do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) chegou a ir a Cuiabá demonstrar apoio ao candidato do PT.
Abílio Brunini tem 40 anos e é arquiteto. Está em seu primeiro mandato como deputado federal. Antes, de 2017 a 2020, foi vereador em Cuiabá pelo antigo PSC. Ganhou notoriedade em 2023, batendo boca em defesa de bolsonaristas na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre os ataques às sedes dos Poderes de 8 de janeiro daquele ano – Brunini era suplente no colegiado.