O técnico Cuca lamentou muito a eliminação do Palmeiras na Copa do Brasil. Não só por ficar fora da semifinal, mas por ter tido o jogo nas mãos. Depois de abrir o placar no Mineirão, o técnico acha que o time não teve experiência suficiente para segurar o jogo. O empate do Cruzeiro, conquistado aos 39 minutos do segundo tempo, impediu qualquer chance de reação do Verdão.
– Foram jogos diferentes. Lá na arena o Cruzeiro encaixou três bolas e fez três gols. No segundo tempo buscamos o empate. O jogo de hoje foi mais truncado, até pelas estratégias impostas em campo. Sabíamos que era um jogo para se arrastar até o momento certo. Porque é uma decisão, você não vai ganhar essa decisão no primeiro minuto – comentou Cuca.
– Protegemos a equipe um pouco mais, fomos abrindo ao natural. Dentro do que planejamos estava tudo perfeito. O Cruzeiro não criava chance de gols. Aos poucos fomos abrindo a equipe e chegamos ao gol. Tínhamos o jogo controlado. O Cruzeiro tinha o campo, mas não estava nos dando sufoco. Não foi um sufoco em que o Cruzeiro achasse, merecesse fazer o gol. Tanto é que em uma jogada casual fez. Faltou um pouco de maturidade, pra saber sofrer no final do jogo – completou o treinador.
O técnico admitiu que pelas circunstâncias da partida entrou em campo com um sistema de jogo diferente do que está acostumado. E reclamou de o time não ter conseguido manter o controle.
– Nós fechamos a equipe. Entramos um pouco mais precavido, com dois volantes, que geralmente não faço. Depois fomos soltando, colocamos mais um meia. É natural que quando você faz 1 a 0, dá uma fechadinha, coloca um segundo volante, tira um meia. O jogo estava controlado. Não é um lance casual, mas o lateral teve iniciativa, ele foi querer fazer o gol. Nós não tivemos a iniciativa de querer defender. Mesmo que não tivéssemos acompanhando essa bola, que é natural, tínhamos que ter retido a bola mais no ataque – falou o técnico do Verdão.
– Eu só sinto porque a gente teve chance de matar o jogo. A ocasião da jogada, o contra-ataque. E depois, alguns momentos que tínhamos que manter a bola, gastar o tempo, nós nos desfizemos da bola. Isso aí pode ter ocasionado, um pouquinho mais, o Cruzeiro ter vindo para cima – completou.
Eliminado da Copa do Brasil, o Palmeiras volta a campo pelo Campeonato Brasileiro no sábado, às 19h, contra o Avaí, na arena. A partida contra o Barcelona de Guayaquil, pela volta das oitavas de final da Taça Libertadores, será no dia 9 de agosto, em São Paulo.
ELENCO
– Não é observando. Hoje tem muitos jogadores que não puderam jogar, que jogaram domingo e bem. Você tem jogo sábado, e é provável que muitos que jogaram hoje não vão jogar, porque não vão estar numa recuperação. Você viaja amanhã, treina sexta, e domingo é o jogo. Não é observar, é dar condição para que eles joguem numa condição próxima ao 100%, fisicamente principalmente. Hoje vamos escolher certinho o que temos de melhorar, para fazer um jogo bom e vencer. E encaminhar o time para essa empreitada que temos no Brasileiro, e dia 9 na Libertadores.
LANCE DO EGÍDIO
– Lá dentro ele tem uma ideia naquele momento, a gente não pode criticar o jogador. Ele tem uma visão, e fala que vai fazer isso. Ele escolheu, teve a escolha errada, mas não é por maldade. Está certo, se ele toca poderia ter saído o gol, era o mais certo, mas não fez. Mas não é por isso que tomamos o gol lá atrás. Não adianta pegar e culpar um jogador pela derrota.
TIME IDEAL
– Não é o Cuca que acha o time, é o jogador que se escala. Quando ele tem as oportunidades e vai bem, é natural, eles têm que jogar. Hoje não podia colocar o Mayke, o Deyverson, que veio em nível de titularidade, não tinha o Juninho, o Luan. Não tenho pressa para definir. Eles vão se definindo ao natural. Sábado é mais um dia que vamos ter alguns jogadores que não jogaram hoje, até pela necessidade. Não se trata de não querer definir o time, mas está muito próximo. Já falei que dia 9, se Deus quiser, vou poder colocar o time que eu acho ideal, porque vou ter todos a mão.
A ELIMINAÇÃO
– A gente sente muito a derrota, entre aspas, o empate, porque você tinha a classificação nas mãos. O Jailson não estava sendo exigido. Fica uma dor muito grande. E a gente tem que saber administrar isso, não tem que achar culpado. Lá dentro eu converso e cobro. Como tudo que Deus faz é bom, eu creio nas coisas boas. Se não foi pra passar hoje, é pra melhorar em outra situação. Eu queria ir adiante, mas não deu. O Cruzeiro, com dois empates, passou, parabéns pra eles. Vamos cuidar da nossa realidade, sem terra arrasada nenhuma. Vamos melhorar como vínhamos melhorando. Nos últimos jogos fomos maduros para trazer um resultado bom. Temos que saber dividir bem e controlar. Podemos melhorar ainda mais.
ARBITRAGEM
– Você falar de cabeça quente em cima da jogo é ruim. Mas tem lances assim do jogo, que você sente que o jogo pode fluir mais. Quando você está ganhando o jogo, ele tem uma velocidade monstra. Outro dia troquei um jogador, ele saiu pelo ladinho que estava. Hoje tem que quase pedir pelo amor de Deus pra ele sair de campo. Isso vai tirando a serenidade do jogador. O gandula que não repõem a bola, o quarto árbitro que deixa acontecer. As faltinhas quase todas para um lado. A gente pensa né, essa pressão que fazem na semana. Os árbitros olham, são seres humanos, quando vem aquele grito de 40 mil, já vão junto no embalo. Mas quando tiver 40 mil na arena faz igual, que aí a gente não reclama de nada.