O presidente da Cruz Vermelha italiana, Francesco Rocca, denunciou nesta quinta-feira na ONU a recente proibição da Líbia sobre o socorro de emigrantes ao longo de sua costa, o que considera contrário ao direito internacional.
Rocca disse que já “não há acesso humanitário nas águas internacionais” diante da Líbia, após a criação – em 10 de agosto – de uma zona de busca e resgate a cargo da Marinha líbia.
O acesso à área está proibido a embarcações estrangeiras, especialmente as das ONGs que patrulham para socorrer emigrantes e que Trípoli acusa de ligação com redes de contrabandistas.
A zona se estende por 100 km sobre o Mediterrâneo a partir da costa líbia e ocupa águas internacionais, o que segundo o chefe da Cruz Vermelha italiana é uma decisão ilegal diante do direito internacional.
“Não se pode ignorar o desespero desta gente, temos que criar canais humanitários seguros e difundir informação nos países para as pessoas que decidam migrar”, disse Rocca à imprensa após se reunir com o secretário-geral da ONU, o português António Guterres.
“A União Europeia não é proativa” neste assunto. “Estamos falando de vidas, da dignidade de dezenas de pessoas, da Convenção de Genebra para os refugiados”.