O vereador Renivaldo Nascimento (PSDB) comparou a manifestação de pedido de abertura de CPI para investigar o prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB) ao julgamento de Cristo. Ele afirma que não cabe à Câmara de Cuiabá investigar as denúncias divulgadas pela mídia sobre recebimento de propina e instalar comissão com base em apelo popular pode levar a revés jurídico.
“Jesus Cristo foi crucificado por clamor popular. Na Idade Média, muitas pessoas foram para fogueira por clamor popular. E o que está acontecendo na Câmara é um teatro. Cobro da Justiça o julgamento dos envolvidos no pagamento de propina, mas a Câmara poderá reagir depois da conclusão da investigação”, disse Renivaldo em entrevista à rádio Capital FM.
Nesta terça-feira (29), seis vereadores assinaram a proposta de abertura de CPI para investigar as denúncias de recebimento de propina por Emanuel Pinheiro à época que exercia o cargo de deputado estadual. O requerimento só seria aprovado com o mínimo de nove assinaturas.
O requerimento foi assinado pelo próprio Bussiki, Felipe Welatton (PV), Abílio Neto (PSC), Dilemário Alencar (PROS), Gilberto Figueiredo e Sargento Joelson (PSC).
A proposta foi anunciada na sexta-feira (25) pelo vereador Marcelo Bussiki (PSB) após veiculação de vídeos pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, no qual o prefeito Emanuel Pinheiro aparece recebendo dinheiro de suposta propina para apoiar o governo de Silval Barbosa (PMDB), entre 2010 e 2014.
Bussiki afirma que, além dele e Felipe Wellaton, já confirmaram assinatura da proposta de CPI os vereadores Abílio Junior (PSC), sargento Joelson Fernandes do Amaral (PSC) e Dilemário Alencar (PROS). É necessária adesão de um mínimo de nove vereadores para que a CPI seja instalada.
Os vereadores que não assinaram a proposta disseram que, além de não caber à Câmara investigar supostos crimes ocorridos em âmbito estadual, as imagens de vídeo divulgadas pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, na semana passada, não comprovam a participação de Pinheiro e outros deputados no esquema.
O vídeo integra o material de delação premiada assinada pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) com a Procuradoria Geral da República (PGR).