O promotor Gerardo Pollicita, que substituiu Alberto Nisman, morto no mês passado, acusou formalmente a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, por supostamente ter acobertado suspeitos iranianos de realizar o ataque a um centro judaico em Buenos Aires em 1994.
Ele também indiciou o chanceler, Héctor Timerman, assim como outros colaboradores da mandatária. Pollicita fez a acusação após analisar um documento de mais de 300 páginas deixado pelo antecessor. A presidente havia sido denunciada por Nisman poucos dias antes de sua morte.
O secretário-geral da Presidência, Aníbal Fernández, disse que esta se trata de uma "manobra de desestabilização democrática" e que a acusação "não tem nenhum valor ou importância" em termos judicais.
Histórico
Nisman era o principal condutor de uma investigação sobre o atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), que deixou 85 mortos e mais de 300 feridos.
Antes de morrer, em circunstâncias ainda não esclarecidas, ele havia acusado Cristina de "decidir, negociar e organizar um plano de impunidade e acobertar os foragidos iranianos acusados pela explosão, com o objetivo de fabricar a inocência do Irã".
De acordo com o magistrado, a manobra teve início cerca de dois anos antes da assinatura do Memorando de Entendimento com Teerã, em 2013, e contou a participação de outros políticos. Nisman disse que as instruções partiram da própria presidente e que os motivos eram comerciais, como intercâmbio de petróleo e grãos.
Fonte: iG