Cidades

Crise na base aliada adia votação da Lei Geral da Copa

O líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves, disse que a obstrução da Lei da Copa foi decidida para assegurar o sucesso da votação.

– O obstrução é para não correr riscos. Prefiro obstruir para ganhar depois do que votar agora e perder – disse Alves.
Antes do anúncio da obstrução, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS) se mostrava confiante de que o texto fosse votado ainda nesta quarta-feira.
– Se depender de mim vamos votar hoje a Lei Geral da Copa. E essa é a orientação que eu dei aos líderes. Já conversei com a oposição. Não é razoável nós termos obstrução em função do Código Florestal, que nós podemos voltar logo ali na frente desde que haja um acordo entre o governo e a oposição, o governo e a base aliada – afirmou Marco Maia, mais cedo.
A crise na base aliada já provocou hoje duas derrotas do governo. Na CCJ da Câmara, foi aprovada a admissibilidade de uma Proposta de Emenda Constitucional que determina que passe pelo Congresso Nacional a demarcação de terras indígenas, o reconhecimento de terras quilombolas e a definição de áreas de preservação ambiental (PEC dos Índios). O PT até tentou suspender a votação, mas foi derrotado por 38 votos a 2. Já na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, os deputados aprovaram a convocação da ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Pela manhã, o secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, chegou a dizer que a crise com a base estava superada
PTB e PSC formam novo bloco para votar independente do governo
Pouco antes, o PTB anunciou que deixou o bloco parlamentar que integrava com o PSB e PCdoB para aliar-se ao PSC. Os dois partidos, que juntos somam 38 deputados (21 do PTB e 17 do PSC), participaram da obstrução da votação Lei Geral da Copa e prometeram tentar obstruir qualquer votação no plenário da Câmara até que seja pautado ou acordada nova data de votação do Código Florestal.
Sobre no novo bloco na Câmara, os líderes do PTB, Jovair Arantes (GO), e do PSC, Ratinho Junior (PR), disseram que os dois partidos continuam na base de sustentação do governo Dilma Rousseff, mas que juntos, mais fortes, podem adotar posturas de independência em relação às matérias enviadas pelo governo.
Nos bastidores, no entanto, deputados das duas legendas não escondem a insatisfação pelo tratamento recebido do governo. Muitos afirmam que partidos pequenos da base têm ministérios e os dois partidos sequer conseguem ver resolvidas suas pendências. Entre os exemplos, citam o caso da indicação de Marcelo Crivella para o Ministério da Pesca. O PRB, partido de Crivella, tem 10 deputados.
O líder Jovair Arantes afirmou que a motivação para a saída do bloco com PCdoB e PSB e a formação de bloco com o PSB não teve como motivação essas insatisfações com cargos e emendas e que esses problemas serão discutidos no momento oportuno.
– Nosso tamanho agora é do tamanho das duas bancadas e em relação ao governo também será assim. Mas hoje não é discussão de ministério, de emenda, não é essa a motivação. Isso será tratado no momento oportuno. Agora é a prioridade para votar o Código Florestal, nossas bases estão nos cobrando. Entendemos a importância da Copa, mas o Código é mais importante – disse Jovair.
Os dois partidos também decidiram intensificar os entendimentos para as eleições municipais deste ano, para que juntos lancem candidatos majoritários.
Aldo acredita que não será preciso negociar com estados
Também nesta quarta, o ministro Aldo Rebelo disse acreditar que não será preciso negociar estado por estado para liberar as bebidas alcoólicas durante o torneio. Ele informou ainda que já conversou com o governador da Bahia, Jaques Wagner, sobre a questão.
– Embora a matéria configure caso de legislação concorrente, a nossa interpretação é que a norma nacional, ou seja, a norma geral, subordina a norma estadual. Dessa forma, a provação da Lei Geral, segundo o que foi enviado pelo poder Executivo, resolve não só no âmbito nacional, mas também dos estados.

Fonte: OGLOBO

Redação

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