Um relatório da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (SEDES-MT) mostra que 95% do comércio em Mato Grosso estão nas mãos de pequenas empresas e microempreendedores. Além disso, foram abertas mais de 2 mil novas vagas de empregos em agosto. O setor varejista teve o crescimento maior do que na média nacional.
O empreendedor Rogério Pereira contou que abandonou a estabilidade do trabalho como gerente de banco para montar o próprio negócio. Agora ele é representante de uma indústria de confecções e o negócio tem dado certo.
“Graças a deus sempre trabalhei em instituições financeiras sérias e mesmo naquele tempo eu tinha vontade de desejo de empreender com o meu próprio negócio. Ainda não estamos na estatura do empreendedor perfeito, mas eu creio que em breve haverá mais novidades porque empreender no meio da crise não quer dizer que você saiu dela”, afirma.
Só não está melhor por causa da pandemia, segundo ele. Diante do risco de fechamento do negócio, ele teve que se reinventar.
“Como a maioria dos meus clientes eram de visitas presenciais, então eu tive que usar muito as redes sociais, eu já usava com uma certa frequência só que intensificou consideravelmente nesse período para eu poder manter os números previstos no nosso faturamento”, relatou.
O empreendedor Clésio Dalmo teve que fechar o restaurante e depois apostou na abertura de uma lavanderia. Um mês de funcionamento e três funcionários contratados.
“A gente pode oferecer serviço para todos os nossos amigos, a gente pode explorar os hotéis, a gente pode explorar os restaurantes e a gente começou a criar expectativa em cima daquilo até que conseguimos concluir nosso projeto e hoje a gente está trabalhando e está dando tudo certo”, ressaltou.
Segundo o relatório da SEDESC, 51% das pequenas empresas são MEIs, 37% microempresas e 5% são empresas de pequeno porte. A analista técnica do Serviço Brasileiro de Apoio às micro e pequenas empresas de Mato Grosso (Sebrae-MT), Liliane Gomes conta que há um crescimento no setor de alimentação e serviços.
“A gente observa que o aumento dessas empresas vem muito forte no comércio que é na questão da alimentação, então temos o delivery, a alimentação fora do lar, as pessoas optaram por ter esse tipo de alimentação então houve uma crescente no número desse tipo de negócio. Observamos também um aumento na categoria de serviços, muitas empresas tiveram um aumento nesse período”, explicou.
A pesquisa também traz bons resultados para os trabalhadores, em agosto foram gerados 2.139 mil vagas de empregos, ou seja, 638 vagas a mais do que as que foram registradas em julho. Ainda de acordo com a analista, é importante apoiar essas pequenas empresas para desenvolver a economia local.
“Grande parte desses empregos que foram gerados estão nos pequenos negócios. A gente fala que é muito importante, nós como consumidores, estarmos consumindo os pequenos negócios justamente para o desenvolvimento dessa economia local”, afirmou.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também mostram que o comércio varejista cresceu acima da média nacional. É o que teve maior crescimento no Centro-Oeste, mas todo esse sucesso depende de muito planejamento. A especialista Eliane Metzner, alerta para os cuidados ao abrir um negócio durante a pandemia.