A Comissão Parlamentar de Inquérito, que investiga supostas irregularidades na execução das Obras da Copa do Mundo, apurou que ao menos R$ 500 milhões poderiam ter sido economizados na construção da matriz de responsabilidade para receber o Mundial, em Cuiabá e Várzea Grande. O levantamento foi feito após seis meses de investigações, depoimentos e análises de documentos relacionados a implantação das obras para o Mundial de Futebol. A informação foi repassada pelo presidente da CPI, Oscar Bezerra (PSB), nesta quinta-feira (24).
Em um balanço preliminar, pois as investigações devem ser conclusas até o fim de maio, foram levantados em documentos mais de 100 mil paginas impressas, outras 400 mil digitalizadas, além de gravações em vídeo e áudios; 13 mil laudas somente de processos de contratação que foram divididos em 60 volumes; 35 reuniões com que totalizaram 140 horas em oitivas, com testemunhas, suspeitos e líderes do executivo. Por fim o relatório final, que será publicamente anunciado, já possui quase 1,5 mil páginas.
Para o presidente da CPI das Obras da Copa, Oscar Bezerra, as investigações da comissão irão revelar e responsabilizar os culpados pelos atrasos na execução das obras, superfaturamentos, indícios de direcionamento de licitações, além de outras irregularidades na execução e contratação das empresas responsáveis pelas obras.
“Na verdade analisando os detalhes, parece que tudo foi armado e arquitetado previamente para que no fim se sobrasse alguma coisa para os envolvidos no processo. Os resultados das investigações dessa CPI são muitos fortes. Até porque os indícios de irregularidades estão muito evidentes. Nós realmente vamos apontar as anomalias que aconteceram nos processos ao longo da Copa do Mundo e apontamentos para o Ministério Público estadual e Federal serão encaminhados. Com nossas informações serão sugeridas prisões, indisponibilidade de bens e devolução de recursos”, apontou o parlamentar.
De acordo com Bezerra, ao menos 30 pessoas devem ser apontadas como responsáveis e corresponsáveis pelas irregularidades cometidas na execução e contratação das obras da Copa em Mato Grosso. “Ate agora apenas o relatório da Arena Pantanal foi concluso, contudo o restantes das obras já estão com 80% das investigações conclusas. Vamos nos reunir na semana que vem para elaborar um relatório final onde daremos pormenorizadamente todos os detalhes da apuração”, concluiu.
