Com um discurso acalorado, o vereador Dilemário Alencar (PTB) alegou que a CPI servirá de palanque eleitoral para alguns vereadores que, segundo ele, já estariam de olho nas eleições de 2014.
Alencar ainda acusou o presidente da Casa, João Emanuel (PSD) de ter alguma “pendenga pessoal com o prefeito”. “Muitos vereadores tem questões e diferenças pessoais com o prefeito, principalmente o presidente desta Casa”.
O social-democrata cortou o microfone do colega de parlamento e disse que não iria admitir ofensas pessoais. Ainda alegu que se Dilemário insistisse nas acusações ele seria expulso do parlamento.
“A CPI tem o papel de investigar, não há nada personificado. Respeito seu trabalho Dilemário, mas temos que deixar claro que a CPI é um processo comum de investigação. Tudo será feito com muita tranquilidade”, alegou o presidente.
O líder do Governo na Câmara, Leonardo de Oliveira (PTB) saiu em defesa do município e reafirmou que a composição da CPI – formada somente por parlamentares da oposição – mostra que ela é meramente politicagem.
Ela assegurou ainda, que o Ministério Público do Estado (MPE) já investigou os contratos e não foram constatadas irregularidades. “Vejo que os vereadores estão querendo requentar coisa velha”, pontuou Oliveira.
Leonardo alegou ainda que investigações por parte dos vereadores são necessárias, mas segundo ele, devem ser colocadas de maneira respeitosa.
O presidente João Emanuel encerrou a sessão, sob alegação de que iria se reunir com os veradores na presidência, para que o andamento da CPI fosse discutido, a fim de que a Comissão não se torne uma maneira de fazer “denuncismos baratos”.
CPI
A CPI foi proposta pelo vereador Toninho de Souza (PSD), por conta de supostas irregularidades praticadas pelo prefeito Mauro Mendes (PSB), no processo licitatório para o aluguel de maquinários.
Acontece que a empresa Trimec Construções e Terraplanagens LTda., de propriedade do empresário Wanderley Fachetti, foi a vencedora da maioria dos lotes do certame.
Os vereadores suspeitam de possíveis atos de improbidade administrativa, já que Facheiti é sócio e amigo do atual prefeito, além de ser doador da campanha eleitoral de Mendes. A empresa dele foi beneficiada com um contrato de R$ 3,6 milhões.
Também venceram o processo licitatório, as empresas SM de Almeida e Silva Cia. Ltda., Penta serviços de Máquinas Ltda. E Sanepavi também venceram o processo.
A CPI será presidida pelo vereador Toninho de Souza (PSD), com relatoria de Ricardo Saad (PSDB). Ainda são membros da Comissão os vereadores Allan Kardec (PT), Arilson da Silva (PT), Onofre Ribeiro (PSB) e Valter Arruda (PSDC).
Os trabalhos deverão ser concluídos em um prazo de 120 dias.