Membros da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) aprovaram, nesta segunda-feira (14), a convocação do ex-governador Silval Barbosa, do ex-chefe de gabinete Silvio César Corrêa e do ex-secretário Alan Zanata (Indústria e Comércio) para nova oitiva no caso de suposto pagamento de propina ao prefeito Emanuel Pinheiro.
A comissão retomou os trabalhos hoje 19 meses após a suspensão da investigação. Os componentes são Marcelo Bussiki (PSB), presidente, Toninho de Souza (PSD), relator, e sargento Joelson (PSC), membro. Também será ouvido o servidor Valdecir Cardoso de Almeida.
Os convocados serão ouvidos novamente por causa da mudança de dois membros. Toninho de Souza e sargento Joelson passaram a compor o grupo há pouco mais de duas semanas, após a Justiça determinar que Adevair Cabral (PSDB) e Mário Nadaf (PV) fossem retirados dos trabalhos por causa de orientação das investigações para alterar os fatos.
O novo relator Toninho de Souza questionou a reconvocação com o argumento de que precisava conhecer antes os documentos físicos da CPI para votar o pedido. Bussiki disse que Toninho já estava em posse dos documentos digitais há semana e a proposta já era de conhecimento dos vereadores.
“Quando os nove vereadores assinaram o pedido de CPI, já constava a importância desses quatro depoentes para o esclarecimento do fato. Ou seja, já era de conhecimento prévio. Ninguém pode alegar desconhecimento, especialmente quem se propôs a entrar em uma CPI”.
Silval Barbosa deverá ser ouvido em razão do vídeo, anexado em sua delação premiada acordada com a PGR (Procuradoria Geral da República), em que Emanuel Pinheiro aparece recebendo dinheiro vivo de suposto pagamento de propinas, entre os anos de 2012 e 2013, quando exercia o cargo de deputado estadual.
O vídeo foi gravado por Silvio César Corrêa, e o servidor Valdecir Cardoso de Almeida foi o responsável pela instalação da câmera.
Já o ex-secretário Allan Zanata será convocado por causa de um áudio gravado com Silvio Corrêa, cujo conteúdo supostamente colocaria em risco a delação do ex-governador Silval e, por consequência, o vídeo em que Emanuel Pinheiro é flagrado. O áudio foi encontrado na casa de Emanuel Pinheiro durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão da Operação Malebolge.
As datas para que os convocados sejam ouvidos não foram definidas, uma vez que foi concedido prazo de 10 dias ao pedido de vista do vereador Toninho de Souza.