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Cotação do petróleo ‘assusta’, diz diretora da Petrobras

A diretora de Produção e Exploração da Petrobras, Sylvia dos Anjos, disse na quarta-feira, 9, que a queda da cotação internacional do petróleo do tipo Brent “assusta” a indústria, mas garantiu que os projetos da Petrobras são resilientes até um preço de US$ 28 por barril, valor bem inferior ao nível atual. Em uma semana, o preço do Brent despencou da faixa dos US$ 75 por barril para a casa dos US$ 60, na esteira das tarifas do governo Donald Trump. Ontem, reagiu e foi a US$ 65,48 por barril.

“Vemos o Brent caindo e isso assusta. Mas todos os nossos projetos são resilientes a um Brent a US$ 28 por barril. Temos projetos resilientes para passar por altos e baixos. E quem é da indústria sabe que crises não são exceções, crise é regra, e temos momentos de calmaria entre elas. Não é para quem tem coração fraco”, disse Sylvia.

A executiva reiterou que todas as carteiras de projetos da Petrobras são “resilientes” aos preços atuais e a “todas as questões” da conjuntura.

“Tudo é de longo prazo. Aprovamos os projetos resilientes, projetos que vão ser instalados daqui a dois, três, quatro, cinco anos”, disse ela, após participar do Fórum Brasileiro de Líderes de Energia Óleo e Gás, na Fundação Getulio Vargas. “Eu sou otimista, mas se você olhar, depois do que passamos em 2020 (pandemia), isso aqui é brincadeira”, avaliou a executiva, referindo-se à queda do preço nos últimos dias devido à guerra comercial.

Questionada sobre uma possível redução do preço dos combustíveis pela estatal, como vem pleiteando o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a executiva evitou comentar, por não ser decisão da sua área. Ela destacou, porém, que o aumento da produção de gás natural, outra demanda do governo, está sendo cumprida.

Margem equatorial

A diretora da Petrobras voltou a dizer que a companhia tem de repor reservas de óleo e gás, indo à Margem Equatorial, no Norte do País, para repetir o movimento que fez no Sudeste ao descobrir o pré-sal, que na prática repôs os ativos decadentes da Bacia de Campos, cujo auge foi em 2009.

“Hoje, esse é o nosso desafio: manter essa produção crescente, e ter reposição de reserva. Se não, perdemos a garantia de segurança energética que o País precisa. Na década de 1970, houve falta de combustíveis. Sábado e domingo não tinha combustível nas bombas. De 2006 para cá, somos autossuficientes e não podemos deixar de ser. Precisamos de fronteiras exploratórias novas e, nesse sentido, é fundamental a Margem Equatorial”, disse.

Estadão Conteudo

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