O inquérito instaurado pela Polícia Federal (PF) para saber a origem do vídeo apócrifo contra a juíza Ana Cristina Silva já foi concluído e entregue ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT). O autor do material foi identificado e, segundo o TRE, não ficou evidenciado crime eleitoral.
A informação foi confirmada na manhã desta sexta-feira (3), pela corregedora do TRE, a desembargadora Maria Helena Póvoas. “Recebemos o inquérito ontem e as investigações esclareceram que não houve interesse político. Trata-se de um ataque de ordem pessoal”, reiterou a desembargadora.
Ela salientou, no entanto, que o autor do material pode ter se aproveitando do momento eleitoral para desferir acusações contra a juíza Ana Cristina, tendo em vista que ela está entre os juízes auxiliares da propaganda eleitoral. “Ele se utilizou do momento para descreditar a juíza”, completou a corregedora.
Maria Helena não revelou o nome do autor, mas afirmou que ele não tem cargo eletivo. Ainda segundo a corregedora, o inquérito já foi repassado a juíza Ana Cristina e, caberá a ela, a decisão de acionar ou não o acusado na Justiça Comum.
O vídeo de conteúdo apócrifo levanta uma série de suspeitas sobre a juíza Ana Cristina Silva Mendes. O material expõe uma suposta ligação da magistrada com a família Riva, especialmente com a candidata ao Governo do Estado, Janete Riva (PSD).
A magistrada aparece em uma série de fotos ao lado de Janete Riva e o material ainda alega que o marido de Ana Cristina, o tenente coronel da Polícia Militar (PM), Alexandre Correa Mendes, foi promovido pelo governador Silval Barbosa (PMDB), motivado por um pedido do deputado estadual José Riva (PSD).
Por fim, a desembargadora Maria Helena Póvoas alegou que, “juiz tem vida social assim como qualquer outra pessoa. O fato dela ter um relacionamento com a família não significa parcialidade em suas decisões. Eu mesma já participei de muitos eventos com a Janete Riva e isso não me impediu de votar contra o registro de candidatura do esposo dela”.