Vivian Feher Radomysler não nasceu para ficar parada. Quando criança, começou os movimentos por meio do balé e em seguida partiu para a escola de esportes. Depois, jogou basquete e chegou a ensaiar uma profissionalização: “Competi muitos anos pelo clube Hebraica São Paulo”, lembra.
Com 18 anos, Vivian começou a correr – o que continua fazendo, mesmo após 35 anos. A qualidade de movimentos da corredora melhorou depois que descobriu o pilates. “Melhorou tanto para corrida como para pedal. Até mesmo a natação mudou completamente, tanto que as pessoas até perguntam o que aconteceu. Eu pratico esporte há muito tempo, mas o pilates mudou minha biomecânica de movimento”, conta bastante entusiasmada.
Quando iniciou na corrida, 35 anos atrás, Vivian diz que achou a modalidade extremamente interessante. “Era um esporte que trazia mais que bem-estar, exigia um desafio físico para manter o movimento numa intensidade alta”, conta. Aos 19 anos, fez o primeiro triátlon. “Naquela época, não tinha nem bicicleta. Gostei do desafio da complexidade do esporte”, conta.
Começou a se engajar cada vez mais na corrida. Fez quatro vezes a maratona de São Paulo, três vezes a de Chicago, duas vezes a de Orlando, duas vezes a de Porto Alegre, a de Blumenal, além de outras. “Fui fazendo, nem lembro mais. Mas o desafio era melhorar o tempo da maratona”. Na maratona da Disney, tirou o quarto lugar. De volta à cidade, na Maratona de São Paulo, também tirou o quarto lugar. “Não era um tempo profissional, mas era muito bacana e me estimulou muito”, afirma.
Para variar um pouco no esporte, voltou para o triátlon. Começou a crescer dentro do esporte, foi para campeonatos em São Paulo, fez ciclos de triátlon pelo País e acabou no campeonato brasileiro. “Tirei, se não me engano, quarto lugar naquela época. Naquele tempo, não tinha uma infraestrutura de primeira classe como hoje em dia. Eu cresci no esporte e o esporte também cresceu comigo”, diz.
Em busca de um desafio maior, foi fazer Ironman, uma modalidade de triátlon que exige ainda mais do atleta. “Era uma prova extremamente difícil. O treino era o mais difícil, porque é preciso saber treinar e saber descansar, para não chegar na prova já além do seu limite”, diz ela.
“Para corrida, é preciso treinar de cinco a seis vezes por semana, chegando até 100 quilômetros por semana. É preciso ter a endurance, que é a resistência de ficar muito tempo correndo, fazendo o mesmo tipo de movimento. O corpo precisa de condição cardiovascular para isso”, detalha.
Vivian nunca teve lesões sérias em todo esse tempo de esporte. “Foram mais de 1500 provas de ruas, entre triátlon, travessias de natação, provas de corrida, maratonas, meias maratonas e, graças a Deus, nunca me machuquei”, conta.
Desafio
Em mais uma busca de diversificar o esporte e tentar melhorar a qualidade da corrida, Vivian conheceu o pilates. “Há quatro anos eu vi o pilates e me interessei. Já fazia treino aeróbico e as musculações, que são os trabalhos de base”, conta. “Vi um desafio no pilates, uma coisa fantástica, já que ele tem um ar acrobático. É encantador”, conta ela.
Apaixonou-se pelo método criado pelo alemão Joseph Pilates. Quando experimentou os equipamentos, ela se surpreendeu. “Não é uma coisa tranquila de se fazer. É tanta informação, tanta consciência corporal”, diz ela. De fato: é necessário alinhamento, trabalho de força, de alongamento e de conscientização corporal. “É preciso olhar o pé e a cabeça, se todo mundo está trabalhando sinergicamente. Todos têm de trabalhar em conjunto”, diz ela.
Segundo Vivian, todo esse trabalho de consciência corporal mudou a vida dela no esporte. “Eu acabei fazendo o curso da Physio Pilates, de 500 horas, e fui agregando o pilates na minha vida”, diz ela.
Hoje, ela trabalha os membros das pernas e dos braços, mas o tronco também tem um controle sobre esses movimentos. “Desenvolvi mais controle motor”.
Além do esporte, o pilates também modificou o dia a dia de Vivian. “Em atividades rotineiras, como pegar uma caixa no chão, sentar em uma cadeira, passar horas a fio sentada atrás de um computador, pegar uma bolsa atrás do carro, carregar algo na mão. Tudo isso modifica porque você sabe como seu corpo deve estar, qual é a postura para cada movimento”, diz.
Hoje, também professora de pilates, Vivian conta que a modalidade melhora padrões de movimentos incorretos que são adquiridos ao longo da vida. “Seja por lesões, dores ou tensões. Às vezes, não temos consciência de que temos um ombro elevado, um joelho aduzido, uma cifose acentuada na coluna. Pode tanto ser sido por questões de nascença, mas também por problemas posturais. E isso é possível mudar com a postura. Tudo muda”, diz.
Fonte: iG