Esportes

Corpo de Bellini é levado a Itapira; família doa cérebro para estudo

 
– Tenho uma coisa para revelar que acho que vai aumentar ainda mais o amor que os brasileiros têm por ele. Nós tivemos a sorte de ter dois grandes neurologistas ao lado. O doutor Ricardo Nitrini, nessa fase final, perguntou se a família doaria o cérebro para que fosse feito um estudo, visto que muitos atletas de vários esportes apresentam esse problema ou algo similar. É claro que se é para ajudar as pessoas a evitar essa doença no futuro, concordamos totalmente com a iniciativa. Logo após a passagem dele, foi feito um procedimento de aproximadamente três horas no Hospital das Clínicas – explicou a mulher do ex-zagueiro.
 
Só tenho que agradecer pelo ótimo pai que ele foi. Era companheiro e quando precisava ser severo também era. Tive a felicidade de jogar futebol com ele no passado. Só temos a agradecer todo o carinho que estamos recebendo – completou o filho de Bellini, Hideraldo Júnior.
Além de estar coberto com bandeira do São Paulo, o caixão de Bellini tinha três coroas de flores atrás: uma de sua esposa, uma de seus filhos e netos e uma do São Paulo, onde atuou de 1962 e 1968. Os candidatos à presidência do clube compareceram ao velório. O opositor Kalil Rocha Abdalla ficou por cerca de cinco minutos no local, enquanto Carlos Miguel Aidar conversou com os familiares do ex-jogador e foi embora acompanhado do atual presidente, Juvenal Juvêncio.
O melhor momento de Bellini no futebol foi com a camisa do Vasco, onde foi tricampeão carioca. Ele também defendeu o Atlético-PR.
 
Hideraldo Luís Bellini foi quem imortalizou o gesto de levantar a taça de campeão sobre a cabeça. Em 1958, na Suécia, ele era um dos líderes da equipe que encantou o mundo e venceu o time da casa na final por 5 a 2. Zagueiro, ele também esteve na conquista do bi, em 1962, no Chile, e no Mundial de 1966, na Inglaterra.
– Lutamos muito com a camisa da seleção brasileira e agora chegou a hora dele descansar. O Brasil perde uma de suas melhores lembranças na história do futebol – lamentou o ex-volante Dino Sani, companheiro no título mundial de 1958.
Bellini começou sua trajetória no futebol em 1946, na sua cidade natal. Por lá, ele jogou pela Sociedade Esportiva Itapirense. Três anos depois, o ex-zagueiro se transferiu para a Esportiva Sanjoanense, time no qual permaneceu até 1951. Um ano depois, acertou transferência para o Vasco da Gama.
 
No Gigante da Colina, Bellini ficou por 11 anos e conquistou três títulos estaduais (1952, 1956 e 1958). A passagem do ex-jogador pelo Vasco foi tão marcante que até hoje muitos torcedores e especialistas colocam seu nome entre os maiores jogadores de todos os tempos do clube. Após mais de uma década no Rio de Janeiro, ele se transferiu para o São Paulo.
Bellini, no entanto, não pegou uma época das mais gloriosas no Tricolor paulista. Com o estádio do Morumbi em fase de construção, não havia muito investimento no futebol. Resultado: o campeão do mundo não conquistou nenhum título pelo clube. Seu destino, então, foi o futebol paranaense. Pelo Atlético-PR, ele encerrou a carreira em 1969. Também sem conquistas.
 
G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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