O corpo do artista plástico Adir Sodré, de 58 anos, um dos mais renomados de Mato Grosso, é velado na manhã desta terça-feira (11), na Capela Jardins, em Cuiabá.
Sodré morreu na segunda-feira (10) ao sofrer um infarto na frente da casa onde morava.
As pinturas do artista colorem e embelezam muitas áreas da capital, incluindo alguns viadutos. Adir nasceu em Rondonópolis em 1962, mas passou quase toda a vida em Cuiabá.
A previsão é de que o corpo seja velado até às 13h, sendo necessário o uso de máscara e número máximo de 10 pessoas simultaneamente.
O sepultamento será às 14h no Cemitério Parque Bom Jesus, em Cuiabá.
Amigos e autoridades lamentam
O governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer, lamentou profundamente a morte do artista mato-grossense Adir Sodré. Em nota, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, lamentou a morte do artista.
Outros artistas e profissionais ligados à cultura também expressaram a perda de Sodré.
História do artista
As pinturas dele são um registro da vida cotidiana nos bairros populares de Cuiabá e também da paisagem regional. Produz obras com temática social de caráter irreverente.
Em trabalhos da década posterior, revela admiração pelo pintor francês Henri Matisse, usando cores puras e elementos decorativos em obras nas quais o erotismo é muito presente, como em Falos e Flores (1986) ou Orgia das Frutas (1987).
As suas obras são recheadas de elementos exclusivos do seu estilo como a melancia-vagina, montanha-seios, pênis-borboletas, num transbordante processo de erotização da natureza.
Em sua produção aborda temas relacionados à cultura regional e questões acerca dos povos indígenas.
Adir Sodré de Souza já participou de exposições coletivas organizadas pelo Museu de Arte e de Cultura Popular da Universidade Federal do Mato Grosso – UFMT. Participou também, entre outras, das coletivas 'Como Vai Você, Geração 80?', na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, em 1983, e Modernidade, Arte Brasileira no Século XX, no Museu de Arte Moderna de Paris, em 1987.
Produz também retratos de personalidades, partindo da reprodução fiel da fisionomia, mas fazendo uso do humor.
A partir da década de 1980, Adir Sodré inclui em suas obras temáticas relacionadas aos povos indígenas, à invasão causada pelo turismo em determinadas regiões do Brasil e ao consumismo, esse último exemplificado no quadro Dolores Descartável (1984).